A
teoria austríaca do ciclo económico (
TACE) procura explicar o ciclo económico através de um conjunto de ideias detidas pela
Escola Austríaca. A teoria detém os ciclos económicos como uma consequência inevitável do crescimento excessivo da concessão de
crédito, aumentada por políticas ineficazes e destrutivas do
banco central, que diminuem a
taxa de juro em demasia por demasiado tempo, criando
bolhas especulativas e uma poupança menor.
Os defensores desta teoria acreditam que um período longo de taxas de juro baixas e crédito excessivo induzem um ciclo volátil e instável entre poupança e investimento. De acordo com a teoria, o ciclo económico desenvolve-se do seguinte modo: taxas de juro baixas estimulam a concessão de crédito, aumentando desta forma a
oferta monetária. A teoria sustenta que este aumento da oferta monetária leva a um período de crescimento insustentável, em que o dinheiro em excesso procura oportunidades de investimento progressivamente menos rentáveis. Apesar de disputado, os proponentes defendem que um
boom suportado por uma expansão do crédito leva a uma generalização de malinvestmentos. Em teoria, a seguir ao crescimento insustentável segue-se uma correcção apelidada de
credit crunch ou crise creditícia, geralmente conhecida por
recessão, em que a oferta monetária contrai-se repentinamente, impelindo os mercados a realocar recursos.
Estes efeitos perturbadores causado pelo crescimento volátil e insustentável do crédito, podem ser contrariados ou minguados, segundo os proponentes, através de uma forte regulamentação do sistema bancário (estritamente execução de uma política sem
reservas fracionárias para os bancos, e uma moeda lastrada, de preferência em ouro) ou, mais frequentemente, "free banking" (sistema bancário totalmente livre). Os pais da teoria austríaca do ciclo económico historicamente foram
Ludwig von Mises e
Friedrich Hayek. Hayek ganhou o
Prémio Nobel de Economia em
1974 (partilhado com
Gunnar Myrdal), em parte, por seu trabalho sobre esta teoria.