Desde a sua descoberta, a rota do Cabo foi dominada pelos portugueses, tendo-se efectuado, de 1498 a
1635, 917 partidas de armadas do
Tejo. Durante mais de oitenta anos, as
Armadas da Índia e as
naus de especiarias puderam circular pela Rota do Cabo, fazendo a chamada
carreira da Índia, sem sentirem qualquer ameaça; apenas no regresso, ao entrarem em águas
açorianas, fase final da rota, eram atacados por
piratas ou
corsários franceses e
ingleses.
A importância comercial e política da Rota do Cabo foi enorme, ligando directamente as regiões produtoras do
Oceano Índico aos seus mercados na
Europa, com o comércio de especiarias a ser um importante motor da economia mundial desde o fim da
Idade Média até aos tempos modernos. As tentativas francesas, como a de
Jean Parmentier, que viajou até
Sumatra em
1529, não ameaçaram de forma alguma o monopólio português, o que só começou a acontecer no
século XVII, quando os holandeses e os ingleses passaram, de facto, a inspirar receios.