Por
historiografia romana entende-se narrativas que abordam o presente ou o passado, escritas em
prosa, que valorizavam a esfera política e escritas com parâmetros de composição definidos pela retórica . As narrativas históricas na
Roma Antiga eram consideradas como um
gênero literário. Não existia o entendimento moderno sobre os parâmetros epistemológicos da
história, mas de nenhuma forma isso significa dizer que os historiadores desprezavam a pesquisa e a busca pela verdade. Os relatos históricos buscavam agregar vivacidade à narrativa, não existia uma exata correspondência entre realidade e discurso, mas informavam pela plausibilidade. Essas histórias também misturavam os fatos ocorridos, com
mitos e crenças populares.
A história na
Roma Antiga tinha como papel relatar os acontecimentos ocorridos durante certo período de tempo, expressando o desejo de perpetuar ou evitar modelos morais de vício e virtude e servindo como instrução moral, tendo um papel
didático. Os historiadores da antiguidade latina davam destaque aos grandes feitos heroicos, aos nomes e aos acontecimentos marcantes, como
batalhas. Diferente de hoje, os historiadores antigos não tinham preocupações ou inquietações relativas às questões sociais e econômicas. Os assuntos principais estavam centrados no campo político-militar e o historiador embelezava suas narrativas.
Tradicionalmente convencionou-se adotar o início da historiografia romana no século III a.c., no contexto das
Guerras Púnicas. Como outros
gêneros literários, a historiografia romana teve seu início nos reflexos da
historiografia grega. Em 146 a.c., a
Grécia foi anexada ao território romano. A produção de material histórico
grego termina como resultado da dominação dos romanos da cidade de
Corinto, última cidade grega a ser conquistada. No final do século III e início do século II a.C. inicia-se a elaboração dos primeiros textos por autores
latinos, movimento que teve grande expansão com a conquista da
Grécia. Os primeiros textos
latinos foram compostos inicialmente em grego por dois motivos. Primeiro pela questão da língua grega inicialmente deter mais recursos literários; e segundo porque os romanos queriam propagar as vitórias de
Roma e o grego era um idioma mais conhecido que o
latim.