O
Uganda, situado no rico planalto entre os dois ramos do
Vale do Rift foi habitado por
bantus e
nilotas desde tempos imemoriais e, quando os
árabes e
europeus ali chegaram, no
século XIX, encontraram vários
reinos, aparentemente fundados no
século XVI, o maior e mais importante dos quais era o ainda existente
Buganda. Esta área foi, em
1888, concedida à
Companhia Britânica da África Oriental e, em
1894, o reino do Buganda tornou-se um
protetorado do Reino Unido.
Depois de várias manobras, por parte dos britânicos, realizaram-se eleições a
1 de Março de
1961 e Benedicto Kiwanuka tornou-se “Ministro-Chefe” do Uganda, ainda como uma
commonwealth e tornou-se independente a
9 de Outubro de
1962. Nos anos seguintes, verificou-se uma luta política entre os apoiantes dum
estado centralizado, em vez da
federação vigente baseada nos reinos. Como resultado, em Fevereiro de
1966, o então Primeiro Ministro
Milton Obote suspendeu a
constituição, assumiu todos os poderes e depôs o Presidente e o Vice-Presidente. Em Setembro de
1967, uma nova constituição proclamou o Uganda como uma
república, deu ao presidente poderes adicionais e aboliu os reinos tradicionais.
Em
1971,
Idi Amin tomou o poder num
golpe de estado e dirigiu o país como um
ditador durante quase uma década, expulsou os residentes de origem
indiana e promoveu o assassinato de um número estimado em cerca de 300 000 cidadãos. O seu regime terminou com a invasão de um exército de rebeldes, apoiados pela
Tanzânia em
1979. Depois deste contra-golpe, a
Frente Nacional de Libertação do Uganda formou um governo interino, com
Yusuf Lule como presidente, que adotou um sistema ministerial de administração e criou um órgão quase-parlamentar, a Comissão Consultiva Nacional (NCC), mas este órgão e o
gabinete de Lule tinham visões políticas diferentes e, em Junho de
1979, o NCC substituiu Lule por
Godfrey Binaisa. A disputa continuou sobre os poderes do presidente interino, Binaisa foi afastado em Maio de
1980 e o Uganda passou a ser governado por uma comissão militar dirigida por Paulo Muwanga. Em Dezembro de 1980, foram realizadas eleições, que levaram de novo à presidência Obote que, era vice-presidente de Muwanga. No período que se seguiu, as forças de segurança estabeleceram um dos piores recordes de direitos humanos do mundo. Nos seus esforços para terminar com uma rebelião liderada por
Yoweri Museveni e o seu Exército de Resistência Nacional (“National Resistance Army” ou NRA), eles praticamente destruiram uma aprte substancial do país, especialmente na área de Luwero, a norte de
Kampala. Em
27 de Julho de
1985, uma brigada do exército, composta por “Acholi” (uma das etnias do Uganda) e comandada pelo Tenente-General Bazilio Olara Okello, tomou Kampala e proclamou novamente um governo militar. Obote exilou-se na
Zâmbia e o novo regime, dirigido pelo anterior comandante das forças de defesa, o General
Tito Okello (que não era parente de Olara-Okello), iniciou negociações com Museveni, prometendo melhorar o respeito pelos direitos humanos, acabar com os conflitos entre tribos e organizar eleições livres e justas. No entanto, os massacres continuaram uma vez que Okello tentava destruir o NRA e seus apoiantes.