Espaço sideral,
espaço exterior ou simplesmente
espaço é toda a
área física do
universo não ocupada por
corpos celestes. Esse ambiente constitui-se de um grande
vácuo contendo baixa densidade de
partículas, predominantemente
plasma de
hidrogênio e
hélio, além de
radiação eletromagnética,
campos magnéticos, neutrinos,
poeira interestelar e
raios cósmicos. Sua temperatura média, definida a partir da
radiação de fundo do
Big Bang, é 2.727
K (-270.423
°C; -454.7614
°F). O plasma com densidade numérica menor que um
átomo de hidrogênio por
metro cúbico e temperatura de milhões de kelvin no meio intergalático representa a maior parte da
matéria bariônica espacial, a qual, em concentrações locais, integra-se na formação de
estrelas e
galáxias. Observações têm provido evidências de que 90% da massa presente na maioria das galáxias é de um tipo pouco conhecido, chamado de
matéria escura, que interage com outras matérias por meio de forças
gravitacionais, mas não
electromagnéticas. Dados indicam que a maior parte da
massa-energia no
universo observável é uma pouco entendida forma de
energia do vácuo, alcunhada, por
astrônomos, de
energia escura. O ambiente intergalático ocupa a maior porção do universo, mas mesmo as galáxias e
sistemas estelares consistem quase que inteiramente de vazios.
Não há uma clara definição dos
limites do espaço em relação à Terra ou mesmo de sua extensão. A
linha de Kármán, contudo, uma estimativa de altitude de acima do nível do
mar, é consensualmente entendida como o "início" desse ambiente, sobretudo em tratados espaciais e registros aeronáuticos e astronáuticos. Um quadro
legal foi estabelecido pelo
Tratado do Espaço Exterior, aprovado pela
Organização das Nações Unidas em 1967, com 98
países signatários e outros 27 assinantes. Esse postulado impede qualquer reivindicação de soberania nacional sobre o espaço e permite, a todas as nações, sua livre
exploração. Apesar da elaboração de resoluções, por parte da ONU, tratando do uso pacífico desse ambiente,
armas antissatélite têm sido testadas na órbita do planeta.
A
humanidade iniciou a exploração física do espaço no século XX, com o advento dos
balões de grande altitude, seguido por desenvolvimentos tecnológicos que vieram a propiciar, décadas depois, o lançamento de
foguetes espaciais. O alcance da
órbita geocêntrica foi conseguido pela primeira vez por
Yuri Gagarin, da
União Soviética, em 1961. Desde então,
espaçonaves não tripuladas têm viajado por todos os
planetas do
Sistema Solar. Em decorrência do alto custo para a execução de
viagens tripuladas, tais missões têm se limitado à
órbita terrestre baixa ou à
Lua. O espaço sideral representa o que há de mais desafiador à
ciência e perigoso à exploração humana, sobretudo pela complexidade desse ambiente e pelos riscos e ameaças do vácuo e
radiação. A
microgravidade, por exemplo, tem um efeito nocivo à
fisiologia humana. Questões de saúde, ambientais, econômicas e tecnológicas têm colocado em cheque o progresso da atividade, muito embora a evolução científica que esse tipo de exploração pode proporcionar seja considerada inestimável.