A
escultura do românico insere-se, de um modo geral, dentro dos objetivos artísticos do movimento, nomeada a comunicação entre a
igreja evangélica e os fieis, aquele que é o reino de
Deus na
Terra, o
templo. Deste modo a escultura vai assumir uma íntima relação com a
arquitetura, inserindo-se no seu espaço como um elemento complementar, e dedicando-se, principalmente, ao ensinamento de cenas
bíblicas através de
relevos em
pedra compreensíveis ao crente leigo.
É no românico, a partir do
século XI, que se dão a perder a conhecer as primeiras obras de escultura monumental a surgir desde o século V, período em que deixam de existir peças de vulto redondo (peças tridimensionais) e se observa uma maior produção de pequena estatuária e trabalhos em metal, desenvolvidos durante o
período pré-românico.
O factor de impulso da nova produção escultórica vai ser o
caminho de peregrinação em direcção a
Santiago de Compostela, ao longo do qual vão ser erigidas novas igrejas, sob organização da
Ordem de Cluny. Estes templos, construídos em locais de passagem neste período de fervor religioso, são virados para o acolhimento espiritual do peregrino e para a exposição de
relíquias. A
França e o norte de
Espanha são assim os locais onde se podem observar os primeiros exemplos da produção escultórica românica aplicados à arquitectura.