O termo pode se referir mais especificamente a estas obras específicas nas quais Sócrates é um personagem, embora outros textos sejam incluídos; as
Leis, de Platão, e
Hierão, de Xenofonte, por exemplo, são diálogos socráticos nos quais um sábio, que não é Sócrates conduz a discussão (o Estranho Ateniense e
Simônides, respectivamente). Da mesma maneira, o formato estilístico dos diálogos pode variar; os diálogos de Platão contêm geralmente a transcrição direta de cada um dos falantes, enquanto os diálogos de Xenofonte são escritos na forma de uma história contínua, que contém, juntamente com a narrativa das circunstâncias do diálogo, as "citações" dos seus participantes.
Sócrates costumava iniciar uma discussão sobre algo com uma pergunta, que obtinha opiniões de seu interlocutor, que ele primeiramente as aceitava. Depois, por meio de perguntas e respostas, mostrava o contraditório ou absurdo das opiniões originais, levando ao interlocutor a reconhecer seu desconhecimento sobre o assunto. Esta primeira parte do método de Sócrates, destinada a levar o indivíduo à convicção do erro, é a ironia. Depois, continuando o diálogo, e partindo da opinião primitiva do interlocutor, constrói com o interlocutor o conhecimento daquilo que se discute. Sócrates deu a esta última parte a designação de
maiêutica - a arte de fazer nascer as ideias. É este o método que encontramos amplamente desenvolvido nos diálogos socráticos de Platão, onde a verdade nasce da discussão e não de uma "verdade" anterior afirmada.