Desflorestação,
desflorestamento ou
desmatamento é o processo de desaparecimento completo e permanente de
florestas, atualmente causado em sua maior parte por atividades humanas. Embora o conceito se aplique em senso estrito à perda de florestas,
formações vegetais cujo principal componente são as
árvores, muitas vezes ele é aplicado às perdas de cobertura vegetal de formações naturalmente esparsas, arbustivas ou rasteiras, como as
savanas, as
pradarias e o
cerrado, significando, em seu sentido lato, a perda permanente de todo tipo de cobertura vegetal original em determinada área. Áreas desflorestadas historicamente mas que por qualquer razão recuperaram sua cobertura não entram no cômputo atual da desflorestação. A desflorestação, que é uma perda quantitativa de superfície florestada, se distingue da
degradação florestal, que é uma perda qualitativa em
biodiversidade, estrutura ou função de uma floresta.
A desflorestação não é um fenômeno recente, e há evidências de que em tempos pré-históricos ele já estava em andamento em vários locais do mundo, mas sua extensão e ritmo naquela época remota são difíceis de estimar. O que se sabe é que no início da
Revolução Industrial, em meados do século XVIII, grande parte das
florestas temperadas do
Hemisfério Norte já havia desaparecido, e no século XX o processo se intensificou de maneira acelerada nas
florestas tropicais.
As florestas são
ecossistemas de enorme importância
ambiental por uma variedade de razões, e historicamente sempre foram uma das principais bases do florescimento das civilizações. São fontes de inúmeros produtos úteis para o ser humano, como madeira, substâncias medicinais, frutos e fibras, entre outros
serviços ambientais. Cerca de 1,6 bilhões de pessoas hoje ganham a vida em alguma atividade ligada às florestas, e cerca de 60 milhões de
indígenas em todo o mundo dependem exclusivamente delas para sua subsistência. Elas preservam e purificam as águas doces, impedem a
erosão do solo, produzem boa parte do
oxigênio da atmosfera e reciclam o
gás carbônico, contribuem na regulação do
clima e do regime de chuvas, entre muitos outros efeitos benéficos para a manutenção do equilíbrio
ecológico da Terra, do qual o bem-estar e mesmo a sobrevivência do homem também dependem diretamente. As florestas tropicais em particular estão entre os ecossistemas com maiores índices de biodiversidade do mundo. Desta forma, como é lógico, o desaparecimento das matas desencadeia inúmeros efeitos negativos sobre o equilíbrio do ambiente global e também sobre a vida humana, em aspectos econômicos, sociais, culturais e mesmo biológicos, afetando virtualmente todas as pessoas do mundo, direta ou indiretamente.