O afastamento entre China e União Soviética, agravado pela
Revolução Cultural chinesa, causou o acúmulo de tensão entre as duas partes no final dos anos 1960, ao longo dos 4380 km de fronteira comum, onde se encontravam soldados soviéticos e soldados chineses. Em
2 de março de 1969, uma patrulha soviética e forças chinesas enfrentaram-se em combate; ambos os lados alegaram que o outro havia sido o primeiro a atacar. Por estar próximo às linhas de suprimento soviéticas e longe das chinesas, presumia-se que teriam sido os soviéticos os agressores, mas estudos recentes indicam que a agressão partiu da China, numa estratégia de efetuar um forte ataque como modo de obter a paralisação dos inúmeros incidentes que estavam ocorrendo. Com 31 mortos e 14 feridos, os soviéticos não recuaram e retaliaram com o bombardeio de concentrações de tropas chinesas na
Manchúria e com a tomada de Damansky/Zhenbao.
Após uma série de confrontos armados na área, ambos os lados prepararam-se para uma
guerra nuclear. Naquela situação de tensão, foi publicada uma diretriz no âmbito dos
Estados Unidos, que previa que no caso de um acirramento do conflito, os Estados Unidos adotariam uma postura de
neutralidade, mas inclinado, na maior medida do possível, em favor da China. A situação acalmou-se somente depois da visita do premier soviético Aleksey Kosygin a
Pequim. A controvérsia fronteiriça foi então suspensa mas não resolvida, já que os dois países continuaram a escalada militar na região. Uma solução definitiva surgiria apenas em
1991, nas vésperas da queda da União Soviética, com a assinatura de um acordo sino-soviético de fronteiras. Outros dois
tratados, celebrados em
1995 e
2004 entre China e
Rússia, puseram fim à questão. Outra importante consequência desse conflito foi que ele criou condições para uma
aproximação entre a China e os EUA.