Biossurfactantes são compostos de origem
microbiana que possuem atividade superficial, ou seja, têm a capacidade de reduzir a
tensão superficial (fases líquido-gás) ou a tensão interfacial (fases imiscíveis líquido-líquido). São constituídos por subprodutos dos sistemas
metabólicos microbianos. Nas últimas décadas, diversos microrganismos têm sido relatados como produtores de vários tipos de surfactantes.
As
bactérias juntamente com as
arqueobactérias são as maiores responsáveis pela produção destes compostos. Estes microrganismos têm sido isolados do solo, água marinha,
sedimentos do mar e áreas contaminadas por óleos. Diversas evidências indicam que biossurfactantes são produzidos, em alguns casos, em grande quantidade nestes ambientes. Uma delas é a presença de espuma e
emulsões em áreas de derramamento de óleos em oceanos, bem como seu efeito positivo no aumento da recuperação terciária de óleo.
Os primeiros relatos envolvendo a utilização de biossurfactantes datam de
1949 quando os cientistas Jarvis e Johnson detectaram as atividades
antibiótica e hemolítica de um ramnolipídeo e de
1968 quando Arima e colaboradores descobriram a existência de um novo composto biologicamente ativo produzido por
Bacillus subtilis, o qual foi denominado
surfactina devido a sua grande atividade superficial, tendo, posteriormente, sua estrutura elucidada. Mais tarde, foi registrada a produção de biossurfactante em meios hidrofóbicos, o que levou a estudos de sua aplicação em tratamento de resíduos de
petróleo, recuperação de petróleo, biorremediação e dispersão no derramamento de óleos.