A
arte da Roma Antiga foi uma das manifestações mais importantes de sua cultura, e é uma das mais ricas fontes de estudo para a compreensão do
mundo romano como um todo. Os romanos derivaram sua arte originalmente dos
povos itálicos que habitavam em seu entorno. Entre eles destacaram-se os
etruscos, que no período da monarquia dominaram os romanos política e culturalmente. No entanto, a cultura etrusca se construíra muito sobre a
grega, transmitindo-se aos romanos esta influência precoce. Em breve, no seu processo de expansão territorial, os romanos entrariam em contato direto com
colônias gregas no sul da Itália, e depois com a Grécia mesma, iniciando um longo período de absorção intensa de suas referências culturais, que se tornaram o fundamento de toda a cultura romana, expressando-se em uma variedade de campos artísticos, como a literatura, a pintura, a escultura, a música, as artes decorativas e a arquitetura.
No entanto, ainda que os romanos sempre se orgulhassem de serem herdeiros culturais dos gregos, eles foram capazes de introduzir leituras inovadoras na herança recebida e adicionar elementos novos de sua preferência especial, criando uma identidade própria e dando contribuição original em vários aspectos. Entre esses podem ser contados a invenção do
arco redondo e da
cúpula na arquitetura, o desenvolvimento da
perspectiva na pintura, a formulação de um modo narrativo tipicamente romano na escultura, notabilizando-se em especial na retratística, o desenvolvimento da
retórica na literatura e na
oratória política, o gosto por temas cívicos e do cotidiano, pelo
historicismo e pelo
ecletismo estético.
Em relação ao seu império, a arte criada na capital, Roma, foi sempre o modelo, mas dele surgiram infinitas ramificações e variações. Sua civilização influenciou uma vasta área e durou mais de mil anos, e neste campo imenso em perpétua transformação, englobando povos e culturas extremamente diferenciados, se formaram por vezes escolas bastante individualizadas, que evoluíram preservando parte de suas linguagens originais. Apesar das divergências observadas ao longo dos anos e nas várias províncias, Roma conseguiu impor, aos seus territórios mais distantes, seus princípios culturais e artísticos e seus sentidos mais essenciais, que funcionaram como uma espécie de
língua franca para a comunicação e o entendimento mútuo entre contextos tão díspares, e que ao mesmo tempo sinalizavam para esses diversos povos o que significava ser romano e davam a direção a ser seguida.