Estado de bem-estar social,
Estado-providência ou
Estado social é um tipo de organização
política e
econômica que coloca o
Estado como agente da promoção social e organizador da economia. Nesta orientação, o Estado é o agente regulamentador de toda a vida e saúde social, política e econômica do país em parceria com
sindicatos e
empresas privadas, em níveis diferentes de acordo com o país em questão. Cabe, ao Estado do bem-estar social, garantir
serviços públicos e proteção à população. Os Estados de bem-estar social desenvolveram-se principalmente na
Europa, onde seus princípios foram defendidos pela
social-democracia, tendo sido implementados com maior intensidade nos
Estados Escandinavos (ou
países nórdicos, tais como
Dinamarca,
Finlândia,
Islândia,
Noruega e
Suécia), sob a orientação do economista e
sociólogo sueco
Karl Gunnar Myrdal. Ironicamente, Gunnar Myrdal, um dos principais idealizadores do Estado de bem-estar-social, dividiu, em 1974, o
Prémio de Ciências Económicas em Memória de Alfred Nobel com seu rival
ideológico Friedrich August von Hayek, um dos maiores defensores do
livre mercado e economista da
Escola Austríaca.
Esta forma de organização político-social, que se originou da
Grande Depressão, se desenvolveu ainda mais com a ampliação do conceito de
cidadania com o fim dos
governos totalitários da
Europa Ocidental (
nazismo,
fascismo etc.). O historiador Robert Paxton observa que, no continente europeu, as fundações do Estado do Bem-Estar Social foram elaborados por
conservadores e
liberais econômicos no final do
século 19 como alternativa ao
socialismo com base na concepção de que existem
direitos sociais indissociáveis da existência de qualquer cidadão, bem como para evitar a união dos trabalhadores que era então estimulada pelos ideais socialistas, muito fortes na época. Pelos princípios do Estado de bem-estar social, todo indivíduo teria
direito, desde seu
nascimento até sua
morte, a um conjunto de
bens e
serviços, que deveriam ter seu fornecimento garantido seja diretamente através do Estado ou indiretamente mediante o poder de regulamentação do Estado sobre a
sociedade civil. Esses direitos incluiriam a
educação em todos os níveis, a assistência médica gratuita, o auxílio ao
desempregado, a garantia de uma renda mínima, recursos adicionais para a criação dos filhos etc.