Tigres Voadores (
inglês:
Flying Tigers) era o apelido do 1º Grupo Voluntário Americano (AVG), um grupo de pilotos da
força aérea, da
marinha e do corpo de
fuzileiros navais (marines) dos
Estados Unidos, recrutados através de uma sanção presidencial secreta do Presidente
Franklin Roosevelt, que formaram um grupo de esquadrões de caças de combate treinados na
China, e usados para proteger as linhas vitais de abastecimento chinesas pelas estradas da
Birmânia, durante a
Segunda Guerra Sino-Japonesa, nos anos anteriores e após a entrada dos EUA na
Segunda Guerra Mundial. Seus esquadrões aéreos se tornaram mundialmente conhecidos e populares pela boca de
tubarão, extraída da idéia alemã para os Messerschmitt Bf-110, e esta pintada na fuselagem dos caças
P-40 que os formavam.
A criação do AVG foi obra de uma capitão aposentado da
aviação do
exército norte-americano, Claire Chennault, que se tornou conselheiro militar do Generalíssimo
Chiang Kai-shek, primeiro presidente da
República da China, na guerra travada desde os anos 30 entre chineses e japoneses em
território chinês. Devido à baixa qualidade dos caças fornecidos à China pela
União Soviética, os resultados da aviação chinesa na luta aérea contra os japoneses ficava muito abaixo do esperado e quando os soviéticos retiraram seu apoio aéreo em
1940, Chiang pediu a seu conselheiro que conseguisse junto ao governo norte-americano o fornecimento de esquadrões de combate para substituir os aviões soviéticos e a permissão para que pilotos americanos fossem recrutados para pilotá-los, devido a escassez de pilotos chineses treinados para combate aéreo.
Como os
Estados Unidos não estavam em guerra, essa operação deveria ser feita de forma clandestina para não comprometer os americanos com os aliados do
Eixo, mas mesmo assim ela teve a aprovação do Presidente Roosevelt. Os pilotos recrutados deram baixa das forças armadas americanas para pilotar e lutar como
mercenários contratados pela Força Aérea da República da China. Oficialmente, eram contratados de uma empresa privada americana, que os empregou como “instrutores de treinamento” com um
salário de U$600, quase três vezes mais que o soldo normal de um oficial americano da
Força Aérea dos Estados Unidos na época, e um adicional, prometido pelos chineses, de U$500 por cada avião inimigo derrubado. Divididos em três esquadrões de caça, dois deles baseados na China e o outro nas proximidades de
Rangum, sua principal missão era proteger o
porto da capital e a vital linha de suprimentos dos exércitos e do povo chinês (a
Estrada da Birmânia), que ligava o norte da Birmânia à China central (cujas regiões costeiras ao leste estavam sob ocupação japonesa) por onde eram escoados os suprimentos mais básicos e necessários ao esforço de guerra chinês.