A assim chamada
teoria da referência direta -- na verdade, um conjunto de teorias, algumas talvez não podendo ser conciliadas—concentra-se em duas alegações principais:
1. Que certas expressões, em particular,
nomes próprios, referem-se sem a mediação de
conceitos ou, no jargão de
Gottlob Frege, sentidos (
Sinne) -- ou ainda
modos de apresentação (
Art des Gegebenseins). Tais expressões funcionariam como que "rótulos" (
tags, nas palavras de
Ruth Barcan Marcus) para os seus objetos.
Saul Kripke foi um dos primeiros a associar essa concepção ao lógico e filósofo
John Stuart Mill -- à tese de que os nomes não possuem
conotação, mas apenas
denotação (tese conhecida como
millianismo ).
2. Que a contribuição de certas expressões, em particular, nomes próprios, para as condições de verdade das frases em que ocorrem, é o objeto referido por essas expressões. Assim, a contribuição do nome "Russell" para as condições de verdade da frase "Russell foi pacifista", é o indivíduo Russell. Por defenderem essa alegação, alguns teóricos da referência direta, e.g.,
David Kaplan, têm seus nomes associados à
Bertrand Russell e a defesa das
proposições russellianas.