A
rebelião tuaregue de 1962-1964, às vezes chamada de
Primeira Rebelião Tuaregue ou
Alfellaga, foi uma
revolta de curta duração por populações
tuaregues no atual norte do
Mali que começaram logo após o país alcançar a independência da
França em
1960. Muitos, da região pouco povoada e etnicamente distinta no norte do Mali (juntamente com alguns no sul da
Argélia e norte do
Níger), buscavam uma nação árabe tuaregue e
berbere independente, a ser formada por regiões do
deserto do Saara, imediatamente após o término do
colonialismo francês. Os tuaregues e outros grupos minoritários não foram integrados no novo governo do Mali, e, quando o governo passou a promover uma lei de
reforma agrária que poderia ameaçar as terras tradicionais das tribos tuaregues, estes protestaram. Isso, combinado com a insatisfação em relação ao novo governo levou alguns tuaregues no norte do Mali a rebelar-se em
1961.
Essa rebelião foi de curta duração já que a resposta militar do novo governo do Mali foi rápida e dura. Os tuaregues passaram a travar uma
guerra de guerrilha, com os seus homens altamente qualificados devido a um grande conhecimento do terreno que permitiam-lhes fazer incursões relâmpagos contra forças do governo. Não mais do que 1.500 combatentes anti-governo estiveram sempre ativos após um aumento maior em
1963 , mas a resposta das Forças Armadas do Mali, ocupando grande parte da atual
região de Kidal, da
região de Gao e da
região de Tomboctou resultou em uma crise de refugiados, com milhares de pessoas fugindo para a atual Argélia (parte sul das quais ainda estavam sob o controle francês). Várias vezes foram cometidos massacres em cidades e aldeias habitadas por tuaregues desarmados o que levou muitos a fugir para países vizinhos. Os rebeldes, por falta de suprimentos, foram forçados a assinar um cessar-fogo em
1964. Os tuaregues não receberam quaisquer concessões e foram forçados a retornar à sua terra devastada.
A
ocupação militar, as mortes, as
torturas e as prisões de supostos rebeldes deixaram um profundo ressentimento em grande parte da população do norte. Nessa região tem ocorrido sucessivas rebeliões desde então, e continua a ser uma fonte de conflito.