Quincas Borba é um romance escrito por
Machado de Assis, desenvolvido em princípio como
folhetim na revista
A Estação, entre os anos de 1886 e 1891 para, em 1892, ser publicado definitivamente pela
Livraria Garnier. No processo de adaptação de folhetim para livro o autor realizou algumas mudanças mínimas, mas significativas.
Seguindo
Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), este livro é considerado pela crítica moderna o segundo da
trilogia realista de Machado de Assis, em que o autor esteve preocupado em utilizar o
pessimismo e a
ironia para criticar os costumes e a filosofia de seu tempo, embora não subtraia resíduos
românticos da trama. Ao contrário do romance anterior, no entanto,
Quincas Borba foi escrito em terceira pessoa, a fim de contar a história de Rubião, ingênuo rapaz que torna-se discípulo e herdeiro do
filósofo Quincas Borba, personagem do romance anterior, e que, sendo enganado por seu amigo capitalista Cristiano e sua esposa Sofia, paixão de Rubião, vive na pele todo o fundamento teórico do
Humanitismo, filosofia fictícia daquele filósofo.
Quincas Borba, de fato, foca-se melhor nos temas secundários do romance anterior. Estes incluem uma paródia ao
cientificismo e ao
evolucionismo da época, bem como ao
positivismo de
Comte e à lei do mais forte, uma adaptação da
seleção natural de
Charles Darwin a nível social. O livro tem recebido vários estudos e interpretações ao longo do tempo, sobretudo sociológicos, que o consideram um romance que trata principalmente da transformação do homem em objeto do homem e a sua "coisificação".
Quincas Borba, um dos que mais interesse tem despertado em novas edições e traduções para outras línguas, está entre os principais livros da
obra machadiana.