Um
príncipe-bispo era um
bispo, que na
união pessoal com seu poder espiritual desempenhava também o domínio
secular sobre um
território, que ele presidia como governante. Se a
sé episcopal é um
arcebispado, a expressão correta é
príncipe-arcebispo; o equivalente no clero regular é um príncipe-abade.
No
Ocidente, com o declínio do
poder imperial a partir do século IV em diante, em face das
invasões bárbaras, por vezes os bispos
cristãos das
cidades exerceram a função de comandantes romanos, tomando decisões seculares para a cidade e comandando suas próprias tropas, quando necessário. Mais tarde, as relações entre o príncipe-bispo e a
burguesia não foram sempre cordiais. Como as cidades exigiam dos imperadores e reis cartas de privilégios e declararam-se independentes dos
magnatas que detinham o poder territorial secular, intensificou-se o atrito entre burgueses e bispos.
No
Império Bizantino, os imperadores ainda
autocráticos editaram medidas legais gerais atribuindo a todos os bispos determinados direitos e deveres na administração secular de suas
dioceses, mas que fazia parte de um desenvolvimento
cesaropapista colocando a
Igreja Oriental a serviço do Império, com o seu
Patriarca Ecumênico quase que reduzido a ministro do imperador para assuntos religiosos. O
Império Russo foi ainda mais longe, abolindo o seu próprio patriarcado e colocando a Igreja sob controle direto do governo secular.