Piotr Alexeyevich Kropotkin (;
Moscou,
9 de dezembro de
1842 —
Dmitrov,
8 de fevereiro de
1921) foi um
geógrafo,
escritor e ativista político
russo, um dos principais pensadores políticos do
anarquismo no fim do
século XIX, considerado também o fundador da vertente
anarco-comunista. Suas análises profundas da
burocracia estatal e do
sistema prisional também são relevantes na área de
criminologia. Foi o autor de livros hoje considerados clássicos do pensamento libertário, entre os mais importantes se destacam
A Conquista do Pão (
Хлеб и воля) e
Memórias de um Revolucionário (
Записки революционера) ambos publicados em
1892,
Campos, Fábricas e Oficinas (
Поля, фабрики и мастерские) de
1899, e (
Взаимопомощь как фактор эволюции) publicado em
1902. Durante um longo período foi convidado contribuir também para a
Enciclopédia Britânica na escrita de diversos verbetes, entre estes o referente ao
Anarquismo.
Nascido
príncipe, membro da antiga
família real de
Rurik, na idade adulta Kropotkin rejeitou este título de
nobreza. Ainda adolescente foi obrigado a ingressar no exército imperial russo por ordem do próprio
czar Nicolau I. Nesta mesma época passou a ter contato com a literatura revolucionária da época.
Interessado por
geografia, tornou-se explorador do círculo polar ártico percorrendo milhares de quilômetros a pé e registrando diferentes fenômenos relacionados a tundra e outras paisagens árticas. Em suas muitas viagens teve contato e passou a se solidarizar com os camponeses vivendo em condições miseráveis na
Rússia e na
Finlândia. Este sentimento de solidariedade fez com que Kropotkin abandonasse a atividade de pesquisador. Viajou para o
Leste Europeu tendo contato em diversos países ativistas e revolucionários, entre estes os associados de
Bakunin e os seguidores de
Marx. Em
Genebra, tornou-se membro da
Primeira Internacional depois partiu em direção à
Jura a convite de um anarquista que lhe relatara a força que o movimento adquirira naquela região. Estudou o programa revolucionário da
Federação Anarquista de Jura, retornando à
Rússia com a intenção de divulgá-lo entre ativistas libertários e populações marginalizadas. Na Rússia voltou a fazer pesquisas científicas, tomando parte em diferentes âmbitos do ativismo libertário.