O Partido Progressista e o Partido Regenerador dividiram os portugueses criando guerras psicológicas e sociológicas. Um bom exemplo disto existe, ainda hoje, no
Seixal, entre duas Sociedades Filarmónicas, em que uma apoiava o partido Regenerador (a Timbre Seixalense) e, havendo pessoas que não apoiavam este partido, criaram a
Sociedade Filarmónica União Seixalense (em 1871), apoiando assim o Partido Progressista. Actualmente ambas existem, graças às desavenças e diferenças partidárias existentes.
Partido Progressista distinguia-se claramente do seu oponente directo. Este, numa aspiração do
liberalismo que remontava a
1834 e depois mais claramente ao
setembrismo de
1836, queria mudar o sistema político e os poderes do Estado de forma radical, que fosse de alguma forma parecida com aquela que
Passos Manuel tinha nessa altura. Entre muitos outros aspectos, pretendia protagonizar uma reforma da
Carta Constitucional de acordo com as propostas da oposição exigidas desde
1871, ou seja, reclamava o fim do carácter hereditário da
câmara dos pares e a fixação do número dos seus elementos. Para além disso, desejava a aprovação de uma reforma eleitoral no sentido da ampliação do
sufrágio alterando as fronteiras dos círculos uninominais em vigor, admitindo a representação das minorias. Esta agenda era em tudo contrária à matriz dita mais conservadora dos regeneradores, para quem a Constituíção deveria ser objecto do mínimo possível de alterações.