O
Império Parta ou
Parto (-), também conhecido como
Império Arsácida , foi uma das principais potências político-culturais
iranianas da
antiga Pérsia. O termo 'arsácida' vem de
Ársaces I da Pártia que, como líder da tribo dos
parnos (
Parni), fundou a dinastia que levou seu nome em meados do , após conquistar a
Pártia, região do nordeste do
Irã e, na altura, uma
satrapia (província) que havia se revoltado contra o
Império Selêucida.
Mitrídates I da Pártia (reinou por volta de ) expandiu o império após capturar a
Média e a
Mesopotâmia dos selêucidas. Em seu ápice, o Império Parta se estendeu das margens setentrionais do
Eufrates, no atual sudeste da
Turquia, até o leste do Irã, e dominava a
Rota da Seda, célebre
rota comercial que ligava o
Império Romano e a
bacia do Mediterrâneo ao
Império Han, da
China, e se tornou um importante entreposto comercial.
Os partas adotaram a arte, a arquitetura, as crenças religiosas e as insígnias reais de seu próprio império culturalmente heterogêneo, que englobava culturas
persas,
helenísticas e regionais. Durante a primeira metade de sua existência, a corte arsácida adotou elementos da cultura grega, embora eventualmente tenha visto um renascimento gradual das tradições iranianas. Os governantes arsácidas recebiam o título de "
grande rei", e consideravam-se herdeiros do
Império Aquemênida, aceitando diversos monarcas locais como
vassalos, em regiões nas quais os aquemênidas tinham o costume de indicar sátrapas. A corte ainda mantinha a prerrogativa de indicar diretamente um número pequeno de sátrapas, geralmente em províncias fora do Irã, porém estas satrapias eram menores e menos poderosas que os potentados aquemênidas. Com a expansão do poder arsácida, a sede do governo central foi deslocada de
Nisa, no atual
Turquemenistão, para
Ctesifonte, às margens do
Tigre, a sul da atual
Bagdá, capital do
Iraque - embora diversas outras cidades tenham servido como capital ao longo de sua história.
Os primeiros inimigos dos partas foram os
selêucidas, no ocidente, e os
citas no oriente. À medida que o território da Pártia avançou para oeste, no entanto, eles passaram a travar conflitos com o
reino da Armênia e, mais tarde, com a
República Romana, já em sua fase final.
Roma e Pártia eram rivais que visavam estabelecer como seus
clientes. Os partas infligiram uma derrota contundente sobre o general romano
Marco Licínio Crasso na
Batalha de Carras, em Em tropas partas conquistaram praticamente todo o
Levante, com exceção de
Tiro, das mãos dos romanos.
Marco Antônio, no entanto, liderou um contra-ataque contra a Pártia, e diversos
imperadores romanos invadiram a Mesopotâmia durante as
guerras romano-partas. Os romanos conseguiram conquistar as cidades de
Selêucia e
Ctesifonte por diversas vezes durante estes conflitos, porém jamais conseguiram manter sobre elas um longo domínio. Guerras civis frequentes entre os pretendentes ao trono parte se revelaram mais perigosas que invasões externas, e o poder dos partas se esvaiu quando
Artaxes I, soberano de
Estachar, na
província de Fars, se revoltou contra os arsácidas e assassinou seu último rei,
Artabano IV, em O reinado de Artaxes deu início ao
Império Sassânida, que governou o Irã e boa parte do Oriente Médio até as
conquistas islâmicas do - embora a dinastia arsácida tenha tido sequência através da
dinastia arsácida da Armênia.