Pã , na
mitologia grega, é o
deus dos bosques, dos campos, dos rebanhos e dos pastores. Reside em grutas e vaga pelos vales e pelas montanhas, caçando ou dançando com as
ninfas. É representado com orelhas, chifres e pernas de bode, amante da música, traz sempre consigo uma
flauta. É temido por todos aqueles que necessitam atravessar as florestas à noite, pois as trevas e a solidão da travessia os predispunham a pavores súbitos, desprovidos de qualquer causa aparente e que é atribuídos a Pã; daí o termo "
pânico".
Pã apaixonou-se pela
náiade Siringe, que rejeitou com desdém o seu amor, recusando-se a aceitá-lo como seu amante pelo fato de ele não ser nem homem, nem bode. Pã então perseguiu-a, mas Siringe, ao chegar à margem do rio
Ladon e vendo que já não tinha possibilidade de fuga, pediu às ninfas dos rios, as
náiades, que mudassem a sua forma. Estas, ouvindo as suas preces, atenderam ao seu pedido e a transformaram em
caniço. Quando Pã a alcançou e quis agarrá-la, não havia nada, exceto o caniço e o som que o ar produzia ao atravessá-lo. Ao ouvir aquele som, Pã ficou encantado e resolveu então juntar caniços de diferentes tamanhos, inventando um instrumento musical ao qual chamou
Siringe, em honra à
ninfa. Esse instrumento musical é mais conhecido pelo nome de
flauta de pã, em honra ao próprio deus.
Pã teria sido um dos filhos de
Zeus com sua ama de leite, a cabra
Amalteia. Seu grande amor no entanto foi
Selene, a Lua. Em uma versão egípcia, Pã estava com outros deuses nas margens do
rio Nilo e surgiu
Tifão, inimigo dos deuses. O medo transformou cada um dos deuses em animais e Pã, assustado, mergulhou num rio e disfarçou assim metade de seu corpo, sobrando apenas a cabeça e a parte superior do corpo, que se assemelhava ao de um bode; a parte submersa adotou uma aparência aquática. Zeus considerou este estratagema de Pã muito esperto e, como homenagem, transformou-o em uma
constelação, a que seria
Capricórnio.