Embora as investigações dos ataques executados por terroristas árabes contra alvos americanos não tenham revelado provas do envolvimento direto da Líbia no atentado a bomba na danceteria La Belle, em
Berlim, no dia
5 de abril de
1986, em que as vítimas eram soldados americanos; os serviços de inteligência dos Estados Unidos afirmaram não ter dúvidas quanto à responsabilidade do regime liderado pelo
ditador Muammar Gaddafi. O
presidente dos Estados Unidos,
Ronald Reagan, pediu a seus aliados na
Europa que impusessem sanções políticas e econômicas à Líbia, ao mesmo tempo que ganhava corpo o planejamento da operação "El Dorado Canyon", um ataque a
Tripoli e
Bengazi. Porém o único apoio que obteve foi da primeira-ministra britânica
Margaret Thatcher, que autorizou o uso das bases em seu país para o lançamento da operação.
França,
Itália e
Espanha se recusaram aos direitos de sobrevoo e, assim, ao uso de bases aéreas militares americanas na
Europa continental, obrigando as aeronaves a alcançarem o seu destino pelo espaço aéreo internacional do
Reino Unido para chegar ao
Estreito de Gibraltar.
Assim, na noite de 14 a 15 de Abril de 1986, as forças armadas dos Estados Unidos fizeram um ataque aéreo sobre as cidades costeiras líbias de Tripoli e Benghazi. Áreas civis foram atingidas, segundo os americanos por engano, mas em termos gerais a missão foi vista como bem sucedida. Muitas ameaças de retaliação vieram do governo líbio, mas o próprio Gaddafi não aparecia em público, fazendo crescer os rumores de que o ditador havia sido morto no ataque a seu quartel-general em Azízia, onde na realidade perdera a vida sua filha adotiva. Fontes em
Washington jamais confirmaram que o objetivo da missão era eliminar o líder líbio que governou a Líbia até sua morte, 25 anos depois, durante a
Guerra Civil Líbia.