A
mononucleose infecciosa ou
febre glandular é a principal apresentação clínica do
vírus Epstein-Barr (EBV), um
gama-herpesvírus, definida pela tríade febre, faringite e linfadenopatia cervical, em conjunto com o aumento de
linfócitos atípicos na circulação. A transmissão normalmente ocorre pela saliva, e o EBV tem sido chamado de "doença do beijo".
EBV possui
genoma de
DNA bicatenar (dupla hélice), e multiplica-se no
núcleo celular da célula-hóspede, estando implicado na patogenese de alguns
cancêres relativamente raros. Ele reconhece o receptor para o componente C3d do
complemento e portanto só atinge células com essa proteína membranar. Este vírus infecta principalmente os linfócitos B do
sistema imunitário e as células epiteliais da
mucosa do nariz e
faringe. A sua predilecção pelos linfócitos e outras células "mononucleares" (em contraste com outras células imunitárias denominadas polimorfonucleares) foi usada para o nome da doença. Têm a capacidade de causar infecção lítica de multiplicação rápida que destroi as células mas também infecção latente de multiplicação lenta que preserva a célula, originando estado de portador crónico. O vírus pode ser reactivado em casos de imunodeficiência como suceda na
síndrome da imuno-deficiência adquirida (SIDA/AIDS).
O Epstein-Barr, além de causar a doença aguda da mononucleose, também é um vírus que provoca infecção assimptomática
crónica, e a presença de
oncogenes no seu genoma significa que pode induzir a imortalização de alguns tipos de células, particularmente linfócitos B, e aumentar a probabilidade de alguns
tumores como o
carcinoma nasofaringeal, o
linfoma de Burkitt, ou o
linfoma de Hodgkin numa pequena minoria dos indivíduos que infecta.