Loricifera (do latim
lorica, couraça (usada pelos antigos soldados romanos); e do grego
phora, portador de) é um
filo, hoje geralmente aceito como pertencente ao superfilo
Ecdysozoa. Seus parentes mais próximos provavelmente são os
Kinorhyncha e
Priapulida, juntos eles constituem o táxon
Scalidophora. Os três filos dividem quatro características em comum: cutícula quitinosa, anéis de escálidos no introverto, floscúlios, e dois anéis de retração do introverto. Um grupo chamado Introverta é formado com os
Kinorhyncha,
Priapulida,
Nematoda, e
Nematomorpha.
É um pequeno filo
animal, composto por vinte e duas
espécies classificadas em oito géneros, sem contar as centenas de animais que foram coletados mas nunca foram descritos. São animais que habitam nos sedimentos marinhos. Por serem animais minúsculos, que se fixam a grãos de areia ou outras partículas nas quais vivem com extremo vigor, até hoje só podem ser isolados por imersão em
água doce. O choque osmótico causa uma separação do
substrato que resulta na morte desses animais, portanto, com exceção de uma única larva, até agora nenhum animal vivo pôde ser estudado. Acerca da fisiologia, alimentação, locomoção, comportamento ou desenvolvimento destes animais, praticamente nada se conhece. Os dados moleculares também não estão disponíveis até o momento, por exemplo, até o começo do século XXI nem um único gene foi sequênciado.
Este filo foi descoberto por
Reinhardt Kristensen, em
1983, na cidade de
Roscoff, na
França. Devido às circunstâncias apontadas e devido à relativa população reduzida, os loricíferos, apesar de já conhecidos desde a década de 1970 na costa Atlântica francesa, somente tiveram sua primeira descrição em 1983, sendo a primeira espécie nomeada
Nanaloricus mysticus. Desde então eles vêm sendo continuamente estudados, e também foram incluídos dois gêneros descobertos. Ocorre em todo o mundo, mas há poucos
biólogos especialistas nesse grupo de animais.