Legba, na
África Ocidental, é um
vodu precursor. É o
vodu do bem e do mal. Geralmente instalado na entrada da aldeia, afasta todos os maus espíritos. É invocado antes de qualquer cerimônia, para garantir a calma e o bom andamento do ritual. É sempre representado em um montinho de terra e com atributos sexuais exorbitantes. Entre os
fon e os
Éwé, Legba possui um aspecto eminentemente fálico, e seus iniciados, os
Legbasi, transportam os
sacra de Legba (assentamento), composto de uma complexa parafernália - na qual predominam cabaças e pequenas esculturas fálicas - para onde quer que forem e vestem uma saieta de ráfia tingida de roxo. Carregam ainda um
falo esculpido em madeira (
ogo), o qual, nas festas públicas, gostam de esfregar no nariz dos turistas. Legba pode ser encontrado em todos os
templos, pois é ele quem abre o caminho para os demais
voduns poderem atuar.
O Legba, guardião dos templos, das aldeias e casas particulares, montado na forma de um montículo de barro de onde sai um enorme falo ereto, é eminentemente uma entidade coletiva (Agbo-Legba), mas se conhece ainda um Legba feminino (Assi-Legba ou Legbayonu) que é montado e cultuado para proteger as mulheres e as crianças da comunidade. Mas, segundo os fon, a mulher de Legba é Awovi (cujo nome significa "filha do engano" e representa os acidentes), representada por uma estatueta de barro de aspecto feminino, sem cabeça e com os olhos no lugar dos seios, e a boca na altura da vagina. Normalmente é maior do que a representação de Legba. Minona (representação divinizada dos poder mágico atribuído às mulheres) e
Ayizan são consideradas ora esposas, ora mães de Legba.
Embora introduza desordem e confusão no plano divino, Legba também abre caminho para uma nova ordem, mais dinâmica. Para os Fon do
Benin, Legba é um desordeiro, que perturba a harmonia e semeia confusão, mas é reverenciado como um transformador e não visto como um mal.