O
Hôtel de Rambouillet foi um
palácio francês, residência
parisiense de
Catherine de Vivonne, Marquesa de Rambouillet, de quem tomou o nome. Conhecido noutros tempos como Hôtel de Pisani, ficava localizado nas proximidades do
Palácio do Louvre, no lugar onde actualmente se ergue o
Palais Royal Catherine de Vivonne, filha de uma
italiana chamada Savelli e de um diplomata
francês, o Marquês de Piselli, conduziu no seu palácio um renomado
salon de
1607 até sua morte, em
1665. Catherine era casada com Charles d'Angennes, o qual viu a povoação de Rambouillet, onde possuia o
Château de Rambouillet, elevada à categoria de
marquesado, em
1612, pelo Rei
Luís XIII. Catherine passou então a ser Marquesa de Rambouillet.
O
salon de Catherine de Vivonne, "a incomparável
Arthénice" (anagrama de "Catherine", uso muito em voga na moda literária da época), uma das personalidades femininas mais notáveis do seu tempo, foi um dos mais brilhantes da sua época. Não teve dúvidas em reconstruir o
hôtel particulier do seu pai baseando-se em planos que ela mesma desenhou, com o objectivo de ter aposentos mais adequados para as recepções, destacando uma sucessão de salões comunicantes ao estilo italiano.
Da
ruelle - o espaço entre o leito de dia e a parede da alcova - do seu
Chambre Bleue (Sala Azul), "Arthénice" recibia recostada num leito (tal como era costume receber no
Século XVII) as mentes mais ilustres do seu tempo, como
Giambattista Marino (o Cavaleiro Marino), inteligente actor, e também gentes das letras e grandes personagens da sua época:
Richelieu,
Malherbe,
Vaugelas, Guez de Balzac, Racan seriam frequentadores habituais. Estes adoptaram para eles próprios o termo
précieux, que se tornou num termo de abuso quando satirizado por
Molière em
"Les Précieuses ridicules" (
1659). As meias azuis usadas pelas damas deste círculo providenciaram por trezentos anos uma
metonímia, ligeiramente desdenhosa, em
inglês e em
francês (
"bas-bleus") para as mulheres intelectuais.