A
Guerra Civil Angolana foi um
conflito armado no país
africano de
Angola, que teve início em 1975 e continuou, com alguns intervalos, até 2002. A guerra começou imediatamente após Angola se tornar independente do domínio de
Portugal, em novembro de 1975. Antes disso, um conflito de
descolonização, a
Guerra de Independência de Angola (1961-1974), tinha ocorrido. A guerra civil angolana foi essencialmente uma luta pelo poder entre dois antigos movimentos de libertação, o
Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) e a
União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA). Ao mesmo tempo, a guerra serviu como um campo de batalha substituto durante a
Guerra Fria e o forte envolvimento internacional, direta e indiretamente e por forças opostas, como
União Soviética,
Cuba,
África do Sul e
Estados Unidos, foi uma característica importante do conflito.
O MPLA e a UNITA tinham raízes diferentes no tecido social angolano e lideranças incompatíveis entre si, apesar de seu objetivo comum de acabar com a
ocupação colonial portuguesa. Embora ambos tivessem tendências
socialistas, os dois grupos se posicionavam como "
marxista-leninista" e "
anticomunista", respectivamente, para mobilizar apoio internacional. Um terceiro movimento, a
Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), lutou contra o MPLA junto com a UNITA durante a guerra pela independência e o conflito de descolonização, mas quase não teve um papel significativo na guerra civil. Além disso, a
Frente de Libertação do Enclave de Cabinda (FLEC), uma associação de
grupos militantes separatistas, lutava pela independência da província angolana de
Cabinda.
A guerra, que durou 27 anos, pode ser dividida basicamente em três períodos de grandes combates — 1975-1991, 1992-1994 e 1998-2002 — intercalados por frágeis períodos de paz. O MPLA conseguiu a vitória em 2002, mas ao custo de mais de 500 mil mortes e mais de um milhão de pessoas que foram obrigadas a se deslocar dentro do território do país. A guerra devastou infraestrutura de Angola e danificou seriamente a administração pública, os empreendimentos econômicos e as instituições religiosas da nação.