O
folhetim é uma narrativa literária, seriada dentro dos gêneros
prosa de
ficção e
romance. Possui duas características essencias: quanto ao formato, é publicada de forma parcial e sequenciada em periódicos como nos
jornais e
revistas; quanto ao conteúdo: apresenta narrativa ágil, profusão de eventos e ganchos intencionalmente voltados para prender a atenção do leitor.
O folhetim surgiu na França no início do século XIX, junto ao nascimento da
imprensa. Foi importado para o Brasil logo depois, fazendo enorme sucesso na segunda metade do
século XIX. Eram publicados diariamente em jornais da capital do Império (
Rio de Janeiro) e jornais do interior, em espaços destinados a entretenimento.
A possibilidade das tramas era infinita e buscava ilustrar com realismo e emoção a miséria da condição humana. Apresentavam múltiplas opções de
enredo: de assuntos frívolos a sérios, de conversas particulares a acontecimentos políticos. Ao tratar de amenidades e da vida da classe média, o folhetim se aproximava do
realismo literário. Também realizava um registro da vida cotidiana típico do
jornalismo, mas não com a pretensão de registrar a Verdade, mas apenas de ser verossímil. Assim, despertou o interesse das camadas mais pobres pela leitura e colaborou com a construção de uma nova identidade nacional urbana. Acelerou, ainda, a assimilação de modelos de comportamento europeus, tais como o uso do
veludo no vestuário, a disseminação do
piano como instrumento doméstico e o surgimento de saraus familiares.