Jacques Derrida (
El Biar,
Argélia,
15 de julho de
1930 —
Paris,
9 de outubro de
2004) foi um filósofo franco-magrebino, que iniciou durante os anos 1960 a
Desconstrução em filosofia. Esta "desconstrução", termo que cunhou, deverá aqui ser compreendido, tecnicamente, por um lado, à luz do que é conhecido como
"intuicionismo" e
"construcionismo"" no campo da meta-matemática, na esteira da obra de
Brouwer e depois Heyting, ao qual Derrida irá adicionar as devidas consequências dos
teoremas da indecidibilidade de
Kurt Gödel e, por outro, a um aprofundamento critico da obra de
Husserl,
Heidegger e
Levinas na ultrapassagem da metafisica tradicional que ele vai apresentar como sendo uma "metafisica da presença".
Com uma obra imensa, a rondar os 100 títulos, ao qual se junta a edição em curso dos seus Seminários, é o filósofo mais traduzido no mundo, tendo exercido um profundo impacto nas mais diversas áreas das humanidades e ciências humanas, em especial nos campos da estética,
teoria da literatura e filosofia do direito, e gerado debates decisivos com os pensadores mais importantes de sua época (
Claude Lévi-Strauss,
Michel Foucault,
John Searle,
Paul Ricoeur,
Jürgen Habermas, entre outros).
A sua figura é diversas vezes alvo de ataques polémicos, sobretudo por autores que se reclamam da tradição "analítica", pelas suas opções de escrita filosófica, em geral retomando opiniões expressas por John Searle nos media, aquando da sua polémica durante os anos 80. Refere-se várias vezes também nestas polémicas os nomes de Alan Sokal e Jean Bricmont, embora estes autores nunca o tenham tratado especificamente, tendo-o apenas referindo em entrevistas nos media, como parte do que identificam de forma difusa como "pensamento francês", o que não evitou que diversos jornalistas o tenham associado à polémica.