Dangbê - É a
píton sagrada, cultuada sobretudo em
Uidá, no
Benin, onde seu convento principal fica em frente a catedral católica romana.
Não pode se confundir com Dan. Enquanto Dan é associado às serpentes em geral, Dangbê
é representado pela inofensiva píton real
. A píton é, aliás, considerada como morada do próprio vodun. Enquanto Dan
possui aspectos masculinos e femininos em separado, Dangbê
é simultaneamente macho e fêmea. Mas da mesma forma que Dan
, também Dangbê
é associado ao arco-íris. Dizem que o culto de
Dangbê é originário da Estado Savi Hweda, no litoral ao sul de
Ouidah, e que ele saiu diretamente do próprio mar, sendo considerado filho de
Hu, o oceano imutável e misterioso que a tudo circunda.
Dangbê rege a imortalidade, a duração das coisas, a preservação da vida, e seus iniciados, os
dangbesì falam em dialeto hwedá durante o período de reclusão no
hunkpame.
Uma tradição conta que foi
Dangbê quem "abriu os olhos dos homens", mas se desconfia que essa afirmação pode ter nascido com a introdução da tradição
bíblica, que trata do papél da
serpente no
Jardim do Éden. O centro de seu culto era
Savi, onde era cultuado como o
tóhwyó (ancestral mítico divinizado) da família real hwedá reinante, sendo também, portanto, um
henu-vodun. Quando o
Reino do Daomé conquistou o reino hwedá em 1727, o culto de
Dangbê foi transferido de
Savi para
Ouidah.