Após uma fase inicial dedicada aos temas dramáticos e grandiloquentes próprios da escola
romântica, Paul Cézanne criou um estilo próprio, influenciado por
Delacroix. Introduziu nas suas obras distorções formais e alterações de
perspectiva em benefício da composição ou para ressaltar o volume e peso dos objetos. Concebeu a
cor de um modo sem precedentes, definindo diferentes volumes que foram essenciais para suas composições únicas.
Cézanne não se subordinava às leis da perspectiva e sim, as modificava. A sua concepção da composição era
arquitectônica; segundo as suas próprias palavras, o seu próprio estilo consistia em ver a
natureza segundo as suas formas fundamentais: a
esfera, o
cilindro e o
cone. Cézanne preocupava-se mais com a captação destas formas do que com a representação do ambiente atmosférico. Não é difícil ver nesta atitude uma reação de carácter intelectual contra o gozo puramente colorido do
impressionismo.