O fator central a precipitar a intervenção das três grandes potências
europeias no conflito grego foram as ambições da Rússia no sentido de expandir-se na região do
mar Negro às expensas do Império Otomano, bem como o apoio sentimental russo aos seus correligionários
gregos ortodoxos, que se haviam rebelado contra os suseranos otomanos em 1821. Tendo em vista que as intenções russas na região eram consideradas pelas demais potências como uma grande ameaça geoestratégica, a
diplomacia britânica e
austríaca agiu com a meta de impedir a intervenção da Rússia, esperando que o governo otomano lograsse reprimir a rebelião. Mas em
1825 a ascensão ao trono russo do
Tsar Nicolau I, que adotou uma política mais agressiva com respeito à situação grega, obrigou o Reino Unido a intervir, temendo que a Rússia, agindo sozinha, terminasse por desmantelar de uma vez por todas o Império Otomano e estabelecesse uma hegemonia russa no
Oriente Próximo. A França juntou-se às outras duas potências contra os otomanos para restaurar seu protagonismo nos assuntos europeus, fragilizado após a sua derrota nas
Guerras Napoleônicas. Os governos das três potências também estavam sob intensa pressão das respetivas
opiniões públicas, que favoreciam os gregos, especialmente após a invasão do Peloponeso em 1825 pelo vassalo otomano
Ibrahim Paxá do Egito e as atrocidades cometidas por suas forças contra a população local.
No tratado de Londres (1827), as potências convieram em forçar o governo otomano a conceder autonomia aos
gregos, no seio do Império, e enviaram esquadrões navais ao
Mediterrâneo oriental para garantir a execução de sua política. A batalha naval ocorreu mais por acidente do que intencionalmente, resultando de uma manobra pelo comandante-em-chefe aliado, Almirante Codrington, que buscava coagir Ibrahim a obedecer as instruções aliadas. O afundamento da frota mediterrânea do Império Otomano salvou do colapso a jovem República Grega. Entretanto, duas outras intervenções militares foram necessárias - pela Rússia, na forma da Guerra Turco-Russa (1828–1829), e pela França, que enviou uma força expedicionária ao Peloponeso - para compelir a retirada das tropas otomanas da
Grécia central e meridional e para garantir a independência grega.