Aníbal, filho de Amílcar Barca (
Cartago, —
Bitínia, ) ou , conhecido comumente apenas como
Aníbal (em
púnico: ḤNBʻL;
Ḥannibaʻal ou
Ḥannibaʻl, lit. "
Ba'al é/foi bondoso" ou "Graça de Baal" ou "recebi a graça de Baal", talvez também nas formas
Ḥannobaʻal, ou ʼDNBʻL,
ʼAdnibaʻal, lit. "Ba'al é meu senhor"; ) foi um
general e
estadista cartaginês considerado por muitos como o maior dos táticos militares da história. Seu pai,
Amílcar Barca (
Barca, "raio"), foi o principal comandante cartaginês durante a
Primeira Guerra Púnica, travada contra
Roma; seus irmãos mais novos foram os célebres
Magão e
Asdrúbal, e seu cunhado foi
Asdrúbal, o Belo.
Sua vida decorreu no período de conflitos em que a
República Romana estabeleceu supremacia na
bacia mediterrânea, em detrimento de outras potências como a própria
Cartago,
Macedônia,
Siracusa e o
Império Selêucida. Foi um dos generais mais ativos da
Segunda Guerra Púnica, quando levou a cabo uma das façanhas militares mais audazes da
Antiguidade: Aníbal e seu
exército, onde se incluíam
elefantes de guerra, partiram da
Hispânia e atravessaram os
Pirenéus e os
Alpes com o objetivo de conquistar o norte da
península Itálica. Ali derrotou os romanos em grandes batalhas campais como a do
lago Trasimeno ou a de
Canas, que ainda se estuda em academias militares na atualidade. Apesar de seu brilhante movimento, Aníbal não chegou a capturar
Roma. Existem diversas opiniões entre os historiadores, que vão desde carências materiais de Aníbal em máquinas de combate a considerações políticas que defendem que a intenção de Aníbal não era tomar Roma, senão obrigá-la a render-se. Não obstante, Aníbal conseguiu manter um exército na Itália durante mais de uma década, recebendo escassos reforços. Por causa da invasão da África por parte de
Cipião, o
Senado púnico lhe chamou de volta a Cartago, onde foi finalmente derrotado por Públio Cornélio Cipião Africano na
Batalha de Zama.
O historiador militar
Theodore Ayrault Dodge o chamou "pai da estratégia". Foi admirado inclusive por seus inimigos —
Cornélio Nepos o batizou como «o maior dos generais»—, assim sendo, seu maior inimigo, Roma, adaptou certos elementos de suas táticas militares a seu próprio arsenal estratégico. Seu legado militar o conferiu uma sólida reputação no
mundo moderno, e tem sido considerado como um grande estrategista por grandes militares como
Napoleão ou
Arthur Wellesley, o
duque de Wellington. Sua vida tem sido objeto de muitos filmes e documentários. Bernard Werber lhe rende homenagem através do personagem do «Libertador», e de um artigo em
L’Encyclopédie du savoir relatif et absolu mencionada em sua obra
Le Souffle des dieux.