Amade ibne Tulune (; - ) foi o fundador da
dinastia tulúnida que governou o Egito e Síria entre 868 e 905. Originalmente um soldado escravo
turco, em 868 Amade foi enviado pelo
califa abássida como governador do Egito. Explorando a situação política volátil e a preocupação do regente abássida, , com as guerras contra o
Império Safárida e a Rebelião Zanje, dentro de quatro anos Amade estabeleceu-se como um governante virtualmente independente ao evitar o agente fiscal califal,
Amade ibne Mudabir, tomando controle das finanças egípcias, e estabelecendo um grande força militar pessoalmente leal a ele. Amade também cuidou de estabelecer uma administração eficiente no país. Através de uma série de medidas, tal como as reforças do sistema de tributação e os reparos do sistema de irrigação, o rendimento fiscal anual cresceu acentuadamente. Como símbolo do novo regime, ele construiu uma nova capital, al-Qata'i, ao norte da antiga capital
Fustat.
Após 875/876, Amade entrou em conflito aberto com al-Muafaque, que tentou depô-lo sem sucesso. Em 878, com o apoio do irmão de al-Muafaque, o califa
Almutâmide , Amade tomou controle da governança da Síria tão longe quanto os distritos fronteiriços com o
Império Bizantino, embora o controle do
Tarso em particular provou-se tênue. Em sua ausência na Síria, seu filho mais velho e representante,
Abas ibne Amade ibne Tulune, tentou usurpar o trono no Egito, acarretando na prisão dele e a nomeação de seu segundo filho,
Khumarawayh, como herdeiro. A deserção de 882 de um comandante sênior, Lu'lu', para al-Muafaque, e a deserção de Tarso, forçou Amade a retornar para a Síria. Quando o agora virtualmente impotente Almutâmide tentou escapar do controle de seu irmão para os domínios de Amade e foi capturado por agentes de al-Muafaque, Amade convocou uma assembleia de juristas em
Damasco para denunciar al-Muafaque como usurpador. Sua tentativa de retomar Tarso em outubro de 883 fracassou, e ele adoeceu. Retornando ao Egito, morreu em maio de 884 e foi sucedido por Khumarawayh.
Amade destaca-se como o primeiro governador de um importante província do
Califado Abássida, não só por estabelecer-se como mestre independentemente da corte abássida, mas também por passar o poder para seu filho. Ele foi assim também o primeiro governante desde os
faraós a fazer o Egito um poder político independente novamente, com uma esfera de influência compreendendo Síria e partes do
Magrebe, o que definiu o tom dos posteriores regimes dos
ikchídidas fatímidas que centraram seu poder no país.