Ácritas (; singular: ) é um termo usado no
Império Bizantino para denotar as unidades do exércitos que guarneciam a fronteira imperial oriental, enfrentando os estados muçulmanos do Oriente Médio; por extensão pode ser aplicado para denotar os habitantes imperiais que habitaram as proximidades da fronteira. Suas façanhas, embelezadas, inspiraram o "épico nacional" bizantino
Digenis Acritas e o ciclo de
canções acríticas.
O termo é derivado da palavra grega
akron/akra que significa fronteira; guardas das fronteiras similares, conhecidos como
limítanes, foram empregados no
período romano tardio e começo do período bizantino (até século VII) para defender as fronteiras (
limes). Em uso bizantino o termo não é técnico, e era usado de forma descritiva, sendo geralmente aplicado aos defensores, bem como os habitantes da zona fronteiriça oriental, incluindo seus colegas muçulmanos. A imagem popular dos ácritas tem sido pesadamente influenciada pelo seu retrato nas canções acríticas, e refere-se às tropas militares estacionadas ao longo da fronteira do império. Na realidade, as tropas bizantinas, estacionadas ao longo das fronteiras eram uma mistura de tropas profissionais e milícias temáticas locais, bem como unidades irregulares que constituíam os ácritas ou apélatas (
apelatai) adequado.
Eles eram recrutados de infantaria leve armênia, búlgara e da população bizantina nativa. Pelo , a reconquista de muitos territórios no oriente significou que estes últimos eram ética e religiosamente mistos, um fato simbolizado pelo legendário Digenes Akritas: "digenes" significa "as duas raças", ou seja "romana" (bizantina/grega) e "sarracena". Os apélatas, cujo papel e táticas são descritas no
De velitatione bellica de , atuaram como atacantes, batedores e guardas fronteiriços na guerra perene entre bizantinos e os vizinhos orientais, caracterizada por conflitos e invasões. Além da infantaria leve, as forças de fronteira foram complementadas por cavalaria leve chamada trapézitas (
trapezitai) ou tasinários (
tasinarioi). No caso de um ataque árabe principal (
razia), eles deveriam dar o alarme, ajudar na evacuação da população para diferentes fortalezas, encobrir e assediar a força inimiga até reforços chegarem.