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Unificação Alemã
A unificação da Alemanha, política e administrativamente, em um  Estado-nação, realizou-se, oficialmente, no dia 18 de Janeiro de 1871, na Galeria dos Espelhos do Palácio de Versalhes, na França. Os príncipes dos estados alemães reuniram-se para proclamar Guilherme da Prússia como Imperador Guilherme do Império Alemão depois da capitulação francesa na Guerra franco-prussiana. Informalmente, a transição de facto da maioria das populações falantes de alemão para uma organização federada de estados, teve lugar mais cedo, através de alianças formais e informais, entre nobres — e, também, de forma irregular, devido às dificuldades levantadas pelos interesses de grupos aristocráticos, desde a dissolução do Sacro Império Romano-Germânico (1806), e da consequente ascensão do nacionalismo ao longo do período das Guerras Napoleónicas. A unificação expôs várias diferenças flagrantes ao nível religioso, linguístico, social e cultural entre os habitantes da nova nação, sugerindo que o ano de 1871 apenas representou um momento num mais abrangente processo de unificação. O imperador sacro-romano era chamado de "Imperador de todas as Alemanhas"; na imprensa era referido como "das Alemanhas"; e, no Império, a sua alta nobreza era citada como "Príncipes da Alemanha" ou "Príncipes das Alemanhas"— em referência aos territórios da Frância oriental que eram governados como pequenos reinos, estados dinásticos independentes administrados pelas suas classes dominantes desde o tempo de Carlos Magno (800 d.C.). Devido ao relevo montanhoso de grande parte do território, as populações mais isoladas desenvolveram as suas próprias características culturais, educacionais, linguísticas e religiosas ao longo de um grande período de tempo. Mas a Alemanha do século XIX assistiria a um desenvolvimento ao nível dos transportes e comunicações o que ligou as populações culturalmente.

O Sacro Império Romano da Nação Alemã, que tinha agregado mais de 500 estados independentes, foi dissolvido quando o Imperador Francisco IV abdicou (6 de Agosto de 1806) durante a Guerra da Terceira Coligação. Apesar da ruptura legal, administrativa e política associada com o fim do Império, os povos das zonas de língua alemã do antigo Império partilhavam uma tradição linguística, cultural e legal comuns, aumentada pela sua experiência compartilhada nas Guerras revolucionárias francesas. Cada estado independente tinha a sua própria classe governante e as suas associações feudais, tradições e leis locais. Como a nobreza queria manter as suas prerrogativas, o desenvolvimentos destes estados era quase nulo. O liberalismo europeu oferecia uma base intelectual para a unificação fazendo frente aos modelos dinásticos e absolutistas das organizações sociais e políticas; a sua natureza germânica sublinhava a importância da tradição, educação e unidade linguística das pessoas numa região geográfica. Economicamente, a criação do Zollverein prussiano em 1818, e a sua subsequente expansão para incluir outros estados da Confederação Germânica, reduziram a concorrência entre, e dentro dos, estados. O aparecimento de novos modos de transporte, facilitaram as viagens de negócios e em lazer, ocasionando contactos, alguns deles conflituosos, entre, e dentro, os povos de língua alemã por toda a Europa Central.

Os modelos das esferas de influência diplomáticas, resultantes do Congresso de Viena, em 1814–15, depois das Guerras Napoleónicas, sancionaram o domínio austríaco na Europa Central. Contudo, os negociadores de Viena não levaram em consideração a crescente força da Prússia no meio dos estados germânicos e, deste modo, falharam ao não visionar que a Prússia iria fazer frente à Áustria para conquistar a liderança entre os estados germânicos. Este dualismo alemão colocava duas soluções para o problema da unificação: Kleindeutsche Lösung, a pequena solução alemã (a Alemanha sem a Áustria), ou Großdeutsche Lösung, a grande solução alemã (a Alemanha com a Áustria).


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