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Demografia de Angola
A população angolana acusa uma composição bastante complexa. Cerca de 95% dos angolanos são africanos bantu, pertencentes a uma diversidade de etnias. Entre estas, a mais importante é a dos Ovimbundu que representam mais de um terço da população, seguidos dos Ambundu com cerca de um quarto, e os Bakongo com mais de 10%. Menor peso demográfico têm os Lunda - Côkwe, os Ovambo, os Nyaneka-Nkhumbi, os Ganguela e os [Xindonga]. Existem ainda pequenos grupos residuais de Khoisan (ocasionalmente designados como bosquímanos ou hotentotes), habitantes originais do território da Angola de hoje (e portanto pré-bantu). O habitat destas etnias, tal como existia no fim da era colonial, continua no essencial inalterado. No entanto, durante a segunda metade do século XX houve um fluxo permanente de habitantes das áreas rurais para as cidades. A seguir à independência, a Guerra Civil Angolana provocou um verdadeiro êxodo rural, de modo que neste momento (2015) um pouco mais de metade da população total de Angola vive em áreas urbanas. Neste contexto, muitos Bakongo e Ovimbundu (e contingentes bem mais limitados de outros grupos) fixaram-se em cidades fora do habitat tradicional da sua respectiva etnia. Em consequência deste movimento, existe hoje uma diversidade étnica muito acentuada em Luanda (inclusive região adjacente), mas também no Lubango, enquanto ela é relativamente mais limitada p.ex. em Benguela e no Huambo.

Ao longo do período colonial constituiu-se em Angola uma população portuguesa que em 1975 contava com 320.000 a 350.00 pessoas. Entre estes, uma parte estava radicada no país a título permanente, muitas vezes na segunda ou mesmo terceira geração; a outra parte tinha vindo na fase do "colonialismo tardio" dos anos 1960/70, geralmente a título temporário. Na sua grande maioria saíram de Angola na altura da independência, mas entretanto alguns deste grupo, mas sobretudo outros portugueses, afluíram ao país nas duas últimas décadas, em busca de empregos ou de possibilidades empresariais. O número de portugueses que vivem actualmente em Angola foi estimada em aproximadamente pelo menos de 200.000 pessoas (registos consulares) em 2012,, mas é provavelmente superior. Como ao mesmo tempo houve uma forte imigração de latino-americanos, especialmente brasileiros e cubanos, a população "caucasiana" voltou a constituir um grupo seguramente não inferior a 300,000 pessoas.

A longa presença de portugueses em Angola esteve na origem de um número considerável de mestiços , ou seja, de pessoas de ascendência africana e europeia. Tanto em termos administrativos como em termos sociais, estes foram no tempo colonial considerados como uma "raça" distinta das "raças" branca e negra. Em ambos os termos, esta distinção continua a vigorar até ao presente. A proporção dos mestiços na população total é estimada em cerca de 2%.


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