Amiano Marcelino (
Antioquia, atual
Antáquia,
Turquia, entre 325 e 330 – 391) foi um historiador que escreveu durante o fim do
Império Romano. Amiano foi militar de alta patente, tendo servido no exército do imperador
Juliano. Num mundo onde a religião cristã tinha uma crescente influência e tornou-se em 380, com o
Édito de Tessalónica a religião oficial do império, permaneceu pagão, o que se reflete em seu texto na ênfase que dá à religião romana tradicional, no suporte à reforma religiosa pagã de Juliano, e na pouca quantidade de citações sobre os cristãos de sua época. Amiano se via como
grego, porém escreveu sua obra sobre a história de Roma em
latim, continuando a tradição da historiografia romana- nisso ele é um interessante exemplo da mistura de identidades no fim do mundo antigo.
A
História de Roma escrita por Amiano Marcelino relatava desde a ascensão do imperador
Nerva, em 96 - continuando portanto onde parou o historiador
Tácito -até a morte do imperador
Valente e a
batalha de Adrianópolis, em 378, num total de 31 livros. Porém, o texto que chegou até nós inicia-se apenas no livro 14, a partir de 353 Mesmo assim, sua obra é considerada como de grande valor histórico, pois é o único relato contemporâneo que temos de um historiador romano. Ele inclusive é um dos próprios personagens, em trechos autobiográficos onde conta seus feitos como soldado do exército de Juliano. Um dos relatos mais conhecidos sobre os
hunos, de que "cozinhavam" a carne colocando-a entre o lombo dos seus cavalos e as selas enquanto viajavam, pode ser encontrado no livro 31 de Amiano.