Estado não ordinário de consciência ou
ENOC, é um conceito desenvolvido através de estudos interdisciplinares envolvendo pesquisas dentro da
antropologia,
psicologia,
neurociências, arqueologia cognitiva, entre outras que permitem debater os casos onde os chamados "estados alterados de consciência" ou, em inglês
ASC – Altered States of Consciousness – termo criado por
Charles Tart, podem ser considerados legítimos, não apenas deformações ou alterações dos estados "normais", isto é, os estados comuns de
consciência do dia-a-dia. Exemplo disso são as visões de padrões geométricos como espirais, vórtices, zigue-zagues, linhas onduladas, pontos luminosos, etc., muito presentes na arte rupestre e indígena, também constante no trabalho de
artistas visionários atuais, supondo que essas visões sejam características inatas do ser humano. Outro exemplo estudado por cientistas como Michael Wilkelman e
Graham Hancock se refere ao fato de que para o ser humano, certas experiências sobrenaturais, como o contato com seres divinos nas diversas religiões do planeta, é algo natural, isto é, faz parte da biologia humana, apenas variando conforme as tendências pessoais e culturais dos indivíduos.
em seus livros "
The Mind in the Cave" e "
Inside The Neolithic Mind" (este último escrito em parceria com David Pearce) relata uma série de pesquisas laboratoriais com o uso de psicoativos e de práticas
meditativas,
religiosas e
xamânicas, onde o resultado dessas pesquisas despertaram os
cientistas para esse novo conceito. Nas palavras dos autores:
"[...] implica que existe uma “consciência ordinária” que é considerada genuína e boa, daí pervertida ou seu estado "alterado". Mas nós vimos, em todas as partes do espectro, que são igualmente "genuínos". A frase “estados alterados de consciência” é suficientemente útil, mas nós necessitamos lembrar que carrega muito da nossa bagagem cultural" (LEWIS-WILLIAMS; PEARCE, 2005). (tradução livre do inglês)