Demagogo, na sua expressão
grega primitiva, era apenas o chefe ou condutor do povo, os que se destacavam na atividade política, mostrando-se hábeis em conquistar o apoio da maioria para suas idéias, sem qualquer sentido pejorativo, e, como tal, se qualificavam
Sólon ou
Demóstenes, intimamente ligados à defesa da democracia.
Contudo, a expressão sofreu uma evolução semântica, deixando de ser uma arte neutral, principalmente depois da morte de
Péricles, em
429 a.C., quando surgiram novos líderes, não ligados às antigas famílias, os quais, a partir do século seguinte, começaram a ser fortemente criticados pelos adversários dos modelos democráticos. Por causa disso é que a expressão ganhou a atual conotação:
aquele que procura dar voz aos medos e aos preconceitos do povo. Ou, para seguir as palavras de Bertrand de Jouvenel:
a arte de conduzir habilmente as pessoas ao objectivo desejado, utilizando os seus conceitos de bem, mesmo quando lhes são contrários.