A cidade situa-se na entrada do sopé do
vale do Jerte, um dos principais pontos de passagem da fronteira natural montanhosa entre o sul e o norte do centro da
Península Ibérica. A situação atual de fronteira entre as comunidades autónomas da Estremadura e de
Castela e Leão traduz uma realidade histórica muito antiga. A área, percorrida por uma das rotas comerciais históricas mais importantes e antigas da Península Ibérica, frequentemente designada por
Via da Prata, que ligava o que é hoje
Cádis ao que é atualmente
Astorga, é habitada desde a
Pré-história, e à data da fundação oficial da cidade, no , tinha uma importância estratégica acrescida por ser uma zona de fronteira disputada entre
cristãos e
muçulmanos, e pelos reinos cristãos rivais de
Castela,
Leão e
Portugal.
Cidade importante e próspera desde que foi fundada no , teve o seu apogeu entre os séculos XV e XVII, tendo tido um papel fulcral durante a
Guerra de Sucessão de Castela, na segunda metade do . A partir do assistiu a um declínio gradual e acentuado, para o que muito contribuíram a
Guerra da Restauração de Portugal, na segunda metade do , a
Guerra da Sucessão Espanhola, no início do , e a
Guerra Peninsular, no início do . A situação estratégica da cidade implicou que ela fosse palco de combates e de base de tropas, que, pelas suas necessidades logísticas, arruinaram a economia local já debilitada. Embora não tendo sido palco de combates durante a
Guerra Civil Espanhola, esta afetou negativamente a economia local, a qual também não beneficiou dos financiamentos à reconstrução do pós-guerra por não ter havido estragos físicos provocados pela guerra. A inversão do declínio só chegaria nos anos 1960, com o desenvolvimento industrial e diversas obras públicas, nomeadamente grandes projetos de irrigação e de
aproveitamentos hidroelétricos.