A
neuroetologia é uma disciplina científica que faz uma aproximação evolutiva e comparativa ao estudo do comportamento animal e do seu controle pelo sistema nervoso. Este ramo interdisciplinar das
neurociências pretende perceber como o sistema nervoso central traduz estímulos biologicamente relevantes em comportamento natural. Por exemplo, muitos morcegos são capazes de
ecolocalização, utilizada para navegação e para captura de presas. Os seus chamamentos
ultrassónicos e sistemas
auditivos são altamente especializados para esta função. O sistema auditivo dos morcegos é muitas vezes citado como exemplo de como as propriedades acústicas dos sons podem ser convertidos num mapa sensorial de características comportamentalmente relevantes dos sons . Os neuroetólogos pretendem descortinar os princípios gerais do sistema nervoso a partir do estudo de comportamentos exagerados ou especializados.
Como o seu nome implica, a neuroetologia é um campo multidisciplinar composto pela
neurobiologia e pela
etologia. Um tema central da neuroetologia é o seu foco no comportamento natural. Os comportamentos naturais podem ser vistos como os comportamentos gerados através da
selecção natural, em oposição a comportamentos gerados em estados patológicos ou a tarefas comportamentais que são particulares do ambiente de laboratório. Para Hutt & Hutt, avaliando as possibilidades da neuroetologia, "o progresso nas ciências comportamentais quase seguramente ocorrerá quando os registros de comportamento se fizerem simultâneamente com os registros fisiológicos"
Segundo
Monod Pelo refinamento da funções cognitivas no homem e a abundância das interferências (aplicações) provocadas por estas, não deixam ver com clareza as funções primordiais que o cérebro desempenha na série animal (inclusive o homem). Propondo, com essa ressalva, as seguintes funções primordiais:
1. garantir o comando e a coordenação central da atividade neuromotora, sobretudo em função das aferências
sensoriais;