Na noite anterior ao dia do massacre, os trabalhadores que saíram do turno da noite foram submetidos a uma forte revista, em que leite e alimentos não puderam ser levados para casa. A
Polícia Militar havia descoberto recentemente planos de resistência e reuniões sindicais no distrito, que eram combatidas. Revoltados com os fatos, operários se confrontaram contra a Cavalaria da Polícia após tentar dissolver uma aglomeração no alojamento Santa Mônica (atual bairro
Horto) e somente com o intermédio de padre Avelino Marques, pároco da
Paróquia Nossa Senhora da Esperança, foi decidido que ao amanhecer haveria uma reunião entre a diretoria da Usiminas e representantes da polícia, do sindicato local e dos operários.
Na manhã do dia 7, cerca de seis mil trabalhadores em greve em frente à portaria da Usiminas aguardavam o término da reunião, na qual foi decidido que a Cavalaria da Polícia seria suspensa durante as investigações das agressões do dia anterior. Ao mesmo tempo, soldados armados insistiam em permanecer no local e intimidavam os revoltosos, que passaram a repreendê-los com pedras e xingamentos. No momento em que padre Avelino e Geraldo Ribeiro, presidente do sindicato, entravam em um carro para se encaminharem à multidão, dezenove policiais no alto de um caminhão puseram-se a disparar contra os operários, resultando oficialmente em oito mortos (inclusive uma criança no colo de sua mãe) e 79 feridos. Tais números, no entanto, são contestados.