Wikipédia em português - A enciclop...
Download this dictionary
Guerras Civis da Tetrarquia
As Guerras Civis da Tetrarquia foram uma série de conflitos ocorridos no Império Romano nas primeiras décadas do entre as várias facções imperiais romanas do período, envolvendo coimperadores (augustos e césares) e usurpadores. A Tetrarquia tinha sido o modelo político implementado por Diocleciano  em 293 como forma de conter os distúrbios políticos constantes e as invasões estrangeiras que à época debilitavam o Império Romano no contexto da Crise do Terceiro Século. Em seu modelo, Diocleciano e Maximiano (r. 285-308; 310) foram nomeados como imperadores seniores (augustos), com Galério  e Constâncio Cloro  como seus coimperadores juniores (césares) respectivos. Com a estabilização do sistema, Diocleciano e Maximiano abdicaram em 305, garantindo a ascensão de Constâncio e Galério como augustos. Eles nomeariam Flávio Severo  e Maximino Daia  como césares, negligenciando os candidatos preferidos Constantino, filho de Constâncio Cloro, e Magêncio, filho de Maximiano, o que acarretaria desavenças.

Com a morte de Constâncio Cloro em 306, Constantino foi elevado pelo exército à posição de augusto à revelia do sucessor Severo. De modo a evitar conflitos, Galério aceitou nomeá-lo césar, enquanto Severo assumiria a posição de augusto. Apesar disso, Magêncio também declarar-se-ia imperador em Roma. Severo marchou sobre a Itália para deter o usurpador, dando início aos numerosos conflitos do período. Ciente da aproximação do inimigo, Magêncio ofereceu a seu pai Maximiano o co-comando imperial e ambos foram capazes de derrotar e capturar Severo, que foi aprisionado e morto em 307. Galério marchou contra os rebeldes no mesmo ano, mas foi obrigado a retirar-se, consolidando a autoridade de Magêncio. Maximiano tentou dar um fracassado golpe em seu filho em 308, sendo obrigado a fugir para a corte de Constantino na Gália. Ele depositou suas esperanças na Conferência de Carnunto convocada por Galério no mesmo ano. Nela, Licínio  foi nomeado o novo augusto do Ocidente e Maximiano foi novamente oficialmente destituído. Maximiano partiu para a Gália, onde aproveitou-se da campanha de Constantino em 310 contra os francos para usurpar a púrpura. Seria, entretanto, derrotado militarmente e suicidaria-se no mesmo ano.

Em 311, Galério adoeceu e morreu, desestabilizando ainda mais o debilitado sistema tetrárquico. Entre 311 e 312, Licínio e Maximino Daia dividiram entre si as províncias imperiais orientais, enquanto Magêncio preparou-se no Ocidente para travar guerra contra Constantino. Ciente disso, Constantino aliou-se com Licínio para evitar que eles selassem um acordo e marchou com seu exército rumo a Itália, onde conseguiu derrotar os soldados de Magêncio em várias batalhas ao norte, abrindo caminho direto para Roma. Nas imediações da capital travou-se a importante Batalha da Ponte Mílvia, na qual Magêncio morreu afogado no rio Tibre, permitindo a Constantino estabelecer-se como poder único no Ocidente. No Oriente, em 313, após um acordo entre Licínio e Constantino firmado em Mediolano no mesmo ano, Maximino Daia invadiu as províncias orientais europeias na tentativa de estabelecer-se como governante supremo, mas foi derrotado em duas importantes batalhas e acabou morto. Em 314, devido à nomeação de Bassiano como césar do Ocidente, Constantino e Licínio confrontam-se na Batalha de Cíbalas. Em 316, confrontam-se novamente no Campo Ardiense, o que leva-os a acordar uma trégua temporária que perduraria até 324. Neste ano, as tropas de Constantino e Licínio enfrentaram-se em três importantes batalhas, culminando na vitória definitiva de Constantino. Licínio foi preso e assassinado no ano seguinte, permitindo que o imperador vencedor se estabelecesse como poder único no Império Romano.


Veja mais na Wikipédia.org...

 
Guerras civis da Tetrarquia
 
Guerras civis da tetrarquia

© Esse artigo usa material da Wikipédia® sob a licença Licença GNU de Documentação Livre e sob nos termos da licença Creative Commons Attribution-ShareAlike