D. Francisco de Paula de Portugal e Castro (
Lisboa,
25 de Janeiro de
1679 -
10 de Setembro de
1749) foi um
nobre português, 8.°
Conde de Vimioso e 2.°
Marquês de Valença. O seu nome completo ora aparece como D. Francisco de Paula de Portugal e Castro ora como D. Francisco Paulo de Portugal e Castro. Para obviar dificuldades melhor optar, seguindo nobiliários e referências académicas, por nomea-lo D. Francisco de Portugal; igualmente, tendo em conta que o 1º marquês de Valença foi o embaixador D.
Afonso de Portugal em
1451 de quem descendiam os
condes de Vimioso, também o consideramos 2º marquês, ainda que verdadeiramente D. Francisco seja o 1º em tempos modernos. Era filho de D. Miguel de Portugal (1631-1681) 6º conde de Vimioso em 1655, casado com sua prima D. Maria Margarida de Castro de Albuquerque, senhora de
Basto, filha de D. Joana de Castro e de Duarte de Albuquerque Coelho, senhor da Capitania de
Pernambuco, mas não deixaram geração. D. Miguel teve de D. Antonia de Bulhão, «donzela nobre e limpa que depois foi freira em Santa Ana de Lisboa, dois bastardos legitimados, um deles justamente D. Francisco de Portugal. Tais dados constam da «Historia Genealógica da Casa Real Portuguesa», tomo 10 página 457 e não são nada fantasiosos, aliás.
Casou-se com D. Francisca Rosa de Menezes Coutinho (n.
3 de Setembro de
1686), filha de
Manuel Teles da Silva, 1º marquês de Alegrete. Desde cedo se dedicou aos clássicos e à história. Trabalhava na sua livraria seis horas diárias e dedicava-se à assistência no Paço, não tendo desamparado D.
João V de Portugal durante a doença, ao exercício da caridade e às devoções religiosas, sobretudo à do Desagravo do Sacramento, o que não o impedia de de ser grande apreciador da comédia espanhola. No seu palácio havia representações numerosas, e levava as suas predileções e generosidade ao ponto de pagar 600 mil réis por um original.
A linha essencial no seu espírito, entretanto, era a de moralista, "
português velho": prova bastante a
«Instrução para o filho» 1745, notável pela qualidade do estilo; o «
Elogio fúnebre de Belchior Rego de Andrade»
1738. O amor pelas comédias e a hostilidade ao espírito francês na linha que vem de
Descartes o fez publicar em
1747 a «
Crítica à famosa tragédia do Cid composta por Pedro Cornelli e reparos feitos a ela», já tendo composto em
1739 um «
Discurso apologético em defesa do teatro espanhol». À crítica respondeu
Alexandre de Gusmão e o Marquês publicou em
1748 sua «
Resposta do Marquês de Valença aos reparos de um anônimo à critica que fez à famosa tragédia do Cid».