D. Diogo da Silva (c.
1430 - c.
1504), 1.º
conde de Portalegre, foi um nobre e figura eminente da corte portuguesa na segunda metade do
século XV. De um linhagem de nobreza imemorial, cujos traços se perdem nos alvores da
Reconquista Cristã da Península Ibérica, a linhagem patrilínea de D. Diogo da Silva remonta aos Silvas que serviam na corte de
Leão no
século XI, ricos-homens de
Afonso VI de Leão. Os seus ascendentes paternos próximos eram grandes senhores feudais da
Beira Baixa. O seu pai,
D. Rui Gomes da Silva, foi alcaide-mor de
Campo Maior e
Ouguela e o primogénito e chefe da casa. A sua mãe,
D. Isabel de Menezes, era uma das filhas ilegítimas de
D. Pedro de Menezes, Conde de Vila Real, da linhagem dos Teles de Menezes, outra das mais antigas do noroeste da Península.
Embora fosse o segundo filho sobrevivente da sua casa, D. Diogo da Silva herdou da linhagem paterna inúmeras terras e senhorios na Baira Baixa, entre os quais se contam os senhorios de
Gouveia,
Celorico e S.Romão de Seia. Destacado comandante das forças portuguesas durante o reinado de
D. Afonso V, combateu os mouros no
Norte de África e participou nas guerras de D. Afonso V pelo trono de
Castela, tendo defendido a fronteira do Alentejo contra os ataques do
Mestre de Santiago. Homem da estima e confiança de
D. João II, foi destacado para aio do seu primo o
Infante D. Manuel, herdeiro presuntivo da coroa.
O Infante D. Manuel ganhou muita estima e afecto a D. Diogo da Silva, que se viu elevado a um dos lugares cimeiros da corte régia, aquando da ascensão do infante ao trono como D. Manuel I. Logo no início de
1498 dou-lhe D. Manuel o senhorio de
Portalegre, mas tal doação nunca chegou a entrar em efeito devido aos protestos e revoltas na cidade. Apesar da indignação do rei, que ordenou a repressão pelas armas, recusaram-se os portalegrenses a submeterem-se a um senhor feudal, ciosos dos seus direitos enquanto parte dos senhorios da coroa. De forma que um entendimento original foi alcançado, tendo o senhorio permanecido na coroa, mas compensando o rei D. Diogo da Silva ao entregar-lhe a
alcaidaria-mor da cidade de
jure e herdade na sua linhagem masculina, acompanhada do título de
Conde de Portalegre, a par de uma compensação monetária avultada. Durante o reinado de D. Manuel, D. Diogo da Silva exerceu os cargos de conselheiro real,
escrivão da puridade e vedor da fazenda. Conseguiu ainda o posto cerimonial de
Mordomo-mor. Gozou durante pouco tempo a sua ascensão na corte, contudo, pois veio a morrer em
1504.