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Colares
  1. REDIRECIONAMENTO Colar (desambiguação)
Colares é uma ilha que pertence à Baía do Marajó, no estado do Pará, no Brasil e localiza-se na microrregião conhecida como zona do Salgado e na mesorregião do nordeste do Estado do Pará. Era conhecida como aldeia dos tupinambás, Cabu, Cabi ou Ilha do Sol, ainda na época em que os índios a habitavam, antes da colonização portuguesa. Hoje possui em torno de 11.438 habitantes, ocupando uma área de 610 km2, segundo dados aproximados do IBGE (2010). O nome Colares provém da cidade portuguesa Colares pertencente à urbe costeira do Atlântico de nome Sintra. O termo origina-se de "cole" (colina), acrescido sufixo "ar" (Pinto, 2004). O Marquês de Pombal transformou as aldeias e missões em vilas com topônimos de cidades portuguesas. Colares reúne 23 lugarejos ou pequenas comunidades, além da sede (Colares): Acapu, Aracê, Ariri, Bom Jardim, Cacau (quilombo), Candeuba, Cumii, Fazenda, Guajará, Itabocal, Itajurá, Jacareanha, Jenipaúba de Colares, Juçarateua, Maracajó, Mocajatuba, Piquiatuba, Santo Antônio de Colares, Santo Antônio de Tauapará, São Pedro, Terra Amarela e, finalmente, Ururi (Monteiro & Monteiro, 2010). Inicialmente Colares pertencia à primeira vila portuguesa no Pará: Vigia, conhecida hoje como Vigia de Nazaré. Sua fundação aconteceu em 1751 dando origem à freguesia de Nossa Senhora do Rosário de Colares e em 1757 é elevada à vila, mas ainda vinculada a Vigia, tendo sua emancipação ocorrida séculos depois, em 29 de dezembro de 1961. Os colarenses são descendentes diretos dos índios tupinambás e deles herdaram tanto os traços físicos (são, na maioria, morenos de cabelos lisos) quanto a desconfiança e a despreocupação com o tempo (Pinto, 2004). Para Pinto (2004), seriam os indígenas exímios na arte de remar como também excelentes manipuladores de arco e flecha. Outra característica originária do índio seria a religião cabocla ou pajelança cabocla, um tipo de culto que reúne características de várias religiões tais como a católica, a umbandista e o espiritismo kardecista (Maués, 2008). Estranha crença em que seres retirados de contos maravilhosos não morreram, mas que teriam ficado encantados numa outra dimensão, num lugar denominado região “de encante” ou “do fundo”. Porém, a face mais fascinante de Colares constitui-se numa cultura que lá permanece marcante, que é a contação de histórias tradicionais. O colarense muito aprecia contar e ouvir histórias tanto regionais, como a do Boto, da Matintaperera, da Cobra Grande, conhecida em Colares como Maria Vivó e tantas outras, quanto as de OVNI, que, supostamente teriam aparecido na década de 1970 na cidade e que só fazem aumentar a fama da ilha que encerra “encanto e magia, abençoada por seres encantados que interferem diretamente na vida deste povo” (Carvalho, 2006, p. 14).

Referencias: Carvalho, M. de N. S. P. de (Org.). (2006). Histórias que o Povo Conta. Belém: UEPA. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. ([s.d.]). Histórico: Colares. Recuperado de http://cod.ibge.gov.br/69Y2 Maués, R. H. (2008). A pajelança cabocla como ritual de cura xamanística. In G. M. Villacorta & R. H. Maués (Orgs.), Pajelanças e Religiões Africanas na Amazônia. Belém: EDUFPA. Monteiro, A. J., & Monteiro, M. do C. (2010). E a Matinta era da cor da chuva: o expressionismo infantil nas narrativas de assombrações, encantarias e visagens (Trabalho de Conclusão de Curso). Universidade Federal do Pará, Colares. Pinto, S. V. S. (2004). Colares, a Ilha do Sol: um encanto na Amazônia (Apontamentos históricos, socioculturais, turísticos e econômicos do município de Colares). Colares: AAICO.


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