Catimbó é um conjunto específico de atividades mágico-religiosas, originárias da
Região Nordeste do
Brasil. Conhecido desde meados do
século XVII, o catimbó resulta da fusão entre rituais indígenas e
católica onde as famílias do sertão praticavam seus cultos com a preparação de mesas com os santos,
crucifixos e velas, em baixo de arvores frondosas que pertenciam aos terrenos (Terreiros) da
caatinga, dai deriva a palavra Caatimbó - Catimbó (Culto religioso praticado na caatinga) dessa forma se agregaram os conhecimentos de origem africana, trazida pelos
negros que foram
escravizados. Os negros se identificaram com o culto do Catimbó por ser essa uma religião que cultua a natureza, assim como os
índios cultuava sua religião no mundo dos espíritos junto a natureza (
Jurema) e os negros a cultuava com os
orixás em suas tribos.
O Catimbó, ao contrário do que muitos acreditam, possui seus dogmas e sua liturgia própria. A influência católica sofrida pelo Catimbó, deve-se ao fato dessa religião ter sido perseguida e proibida por lei, tendo muitos adeptos da
Jurema sagrada (Catimbó) terem sido mortos por terem sua crença. Graças a isso, houve uma junção com rezas católicas, para poderem disfarçar suas práticas de
juremeiros.
A
Jurema (
Mimosa hostilis), nativa do
agreste e
sertão nordestinos, é um arbusto
Fabáceo, do qual se fabrica uma
bebida psicoativa de mesmo nome. Tal bebida, também conhecida como
Vinho da Jurema, é feita de maneira reservada pelos juremeiros. A ingestão da Jurema, em conjunto com os
toques, as cantigas rituais do catimbó, provoca um estado de
transe profundo, interpretado pelos Catimbozeiros, como a incorporação dos
Mestres da Jurema. Estas entidades espirituais, que habitariam o
Mundo Encantado ou
Juremá, teriam sido adeptos do catimbó que, ao morrerem, se "encantaram", ou seja, foram transportados a este estamento
espiritual, de onde poderiam atender os vivos pela realização de curas e aconselhamento, desde que para tal fossem requeridos através da incorporação.