Antropologia (do grego άνθρωπος, transl. anthropos, "homem", e λόγος, logos, "razão"/"pensamento") é a ciência que se ocupa em estudar o homem enquanto espécie
primata e a humanidade ou seja seus símbolos e produtos culturais. Uma ciência que conquistou seu lugar evoluindo de relatos de vivências e descrições de costumes feitas por viajantes, afirmando a necessidade da pesquisa de campo e aprofundamento do conjunto de descrições etnográficas (corpus etnograficos) de todos os povos do mundo que vinham se acumulando (Laplatine) . Distinguindo-se da sociologia e da economia política as denominadas ciências humanas e mesmo da psicologia social enquanto ciência dos costumes e estilos de vida, a antropologia dialoga com essas ciências afirmando seus próprios métodos e referencial teórico de diversas procedências. A psicanálise se inclui entre as
psicoterapias, e em relação à antropologia deve-se considerar a "via de mão dupla", tanto desta para a antropologia como da antropologia para a psicanálise.
A psicanálise, também, pode ser descrita como um procedimento especializado de psicoterapia, uma teoria da personalidade além de uma teoria da cultura ou filosofia sobre a natureza humana, onde residem suas maiores contribuições à antropologia. Segundo Freud, a psicanálise cresceu num campo muitíssimo restrito. No início, tinha apenas um único objetivo — o de compreender algo da natureza daquilo que era conhecido como doenças nervosas ‘funcionais’, com vistas a superar a impotência que até então caracterizara seu tratamento médico e possuía desde o início a expectativa de participar do desenvolvimento cultural como um fermento significativo auxiliar ao aprofundamento de nosso conhecimento do mundo.
Apesar das severas críticas sofridas por alguns setores influentes da antropologia a exemplo de
Alfred Louis Kroeber (1876-1960) o livro "
Totem e tabu, algumas concordâncias entre a vida dos homens primitivos e dos neuróticos", (1913) o primeiro trabalho de Freud, fora do âmbito da neurologia e clínica, teve um significativo impacto nas "ciências do homem" instituindo-se como um marco da relação entre essas disciplinas.